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14.12.20 às 16:51

O impacto ambiental da mobilidade urbana

Estudo do Akatu e da Fundação Espaço Eco utiliza a ACV para conhecer o impacto ambiental dos meios de transporte e recomenda ações para um consumo mais consciente

Você já deve ter se feito essa pergunta: como me deslocar na cidade gerando menor impacto ambiental? A dúvida está ainda mais presente em cidades grandes, cujas opções de meios de transporte vão do carro próprio ao patinete compartilhado.

Para entender o impacto ambiental da mobilidade urbana e ajudar o consumidor a fazer melhores escolhas, o Akatu e a Fundação Espaço Eco, uma das principais consultorias em ACV no Brasil se uniram para desenvolver uma análise dos modais da cidade de São Paulo — bicicleta, patinete elétrico, motocicleta, carro, ônibus e metrô — considerando todo o seu ciclo de vida: produção do equipamento, transporte até ser disponibilizado, uso, manutenção e descarte. 

O estudo focou na cidade de São Paulo devido à diversidade de alternativas e hábitos de consumo da população, também porque foi possível utilizar bases de dados existentes e secundários para reunir as informações que permitiram as análises. Vale ressaltar que a ACV não leva em conta outros fatores da escolha do consumidor, como o econômico, o social, a conveniência, o conforto e a segurança. 

Os resultados mostram que cada modal apresenta maior impacto ambiental em determinada etapa do ciclo de vida, seja na produção, devido aos materiais usados na base; no uso, por conta da queima de combustíveis fósseis; ou no descarte. Confira as descobertas do estudo e as recomendações para um consumo mais consciente dos meios de transporte:

Bicicleta

É um meio de transporte que não utiliza combustível para locomoção, mas a sua produção envolve materiais como o aço e o alumínio, que geram impactos ambientais. Se houver uma destinação correta ao fim da vida útil da bicicleta, com a venda de peças em bom estado e a reciclagem dos materiais, o consumidor consegue reduzir significativamente esse impacto, pois evita a extração de novos recursos naturais.

Moto

Gera maior impacto no uso e manutenção, devido à utilização de gasolina como combustível, cuja queima libera CO2, gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global e gera material particulado, responsável por fenômenos com a chuva ácida. Se a moto permitir, o uso de combustíveis renováveis (como o álcool) é a melhor alternativa para reduzir os impactos. Também é importante realizar manutenções regulares para se ter um melhor rendimento e eficiência no consumo do combustível.

Carro

Assim como a moto, o maior impacto do automóvel também está na etapa de uso e manutenção, por conta da utilização da gasolina como combustível. Aqui, vale a mesma dica: se o carro permitir, o uso de combustíveis renováveis (como o álcool) é a melhor alternativa para reduzir os impactos: ao substituir a gasolina pelo etanol produzido a partir da cana de açúcar em um carro, é possível reduzir pelo menos 25% das emissões de CO2 na atmosfera. Realizar manutenções regulares para alcançar uma melhor eficiência no consumo do combustível é outra recomendação.

Metrô e ônibus

Os transportes coletivos, sendo um serviço público, circulam independentemente de quantos passageiros carregam. Como o ajuste de rotas para melhor distribuir o número de passageiros é um processo complexo e o poder de decisão individual em horários alternativos é limitado, a recomendação é que os consumidores optem pelos transportes públicos sempre que possível para tornar seu uso melhor aproveitado, diminuindo a carga ambiental individual e evitando emissões de gases poluentes de veículos privados.

Patinete

O meio de transporte que costuma ser utilizado para distâncias curtas concentra o maior o impacto ambiental na produção, especialmente devido à bateria de lítio, que tem uma carga de impacto muito expressiva. A comparação entre os usos individual e compartilhado apresenta diferenças a favor do individual, desde que feito um uso frequente — no uso compartilhado foi identificado uma diminuição da vida útil de até 50%, principalmente por falta de cuidado no uso. Para diminuir os impactos ambientais é preciso se atentar ao aumento da vida útil da bateria de lítio: para isso, ela não deve ser carregada acima de 80% da carga máxima ou descarregada abaixo de 20%. Também é importante destinar corretamente o patinete ao final de sua vida útil, vendendo ou reciclando peças.

Em resumo, as considerações mais relevantes apontam as seguintes recomendações aos consumidores que buscam se deslocar de maneira mais sustentável: compartilhar os modais, utilizar combustíveis renováveis, cuidar do equipamento durante o uso, fazer manutenções periódicas, descartar corretamente os equipamentos e peças ao fim da vida útil e privilegiar o uso do transporte público.

Quer conferir o relatório completo do estudo? Clique aqui

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