O Instituto Akatu, em apoio ao movimento Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, informa e alerta a sociedade quanto ao Projeto de Lei nº 1013-A/2011 que aprova a produção em grande escala de automóveis e outros veículos leves a diesel para o mercado nacional, que tramita no Congresso Nacional. Vale lembrar que o diesel é um combustível fóssil de elevado potencial poluidor.
O Instituto Akatu considera que esse projeto é contrário aos interesses nacionais e globais de redução das emissões de carbono e promoção das alternativas de energia limpa e renovável, colocando em sério risco os compromissos brasileiros assumidos na COP 21, em Paris, relativos à redução das emissões e aumento progressivo do percentual de biocombustíveis na matriz energética.
Durante audiências públicas sobre o Projeto de Lei, especialistas disseram que, caso seja aprovado, o Projeto de Lei gerará um grande aumento na emissão de poluentes atmosféricos, notadamente as perigosas partículas ultrafinas, classificadas pela Organização Mundial da Saúde como cancerígenas, e os óxidos de nitrogênio (NOx), associados a diversas doenças respiratórias, como asma e bronquite. Os NOx também contribuem para a formação do ozônio troposférico (formado no nível da superfície da terra), que, nessas condições, além de seus efeitos tóxicos aos seres vivos, também atua como gás de efeito estufa.
Outra questão é que os veículos movidos a diesel irão concorrer no mercado com os automóveis Flex, que são consideravelmente menos poluentes. Em diversos países europeus, nas últimas décadas, houve incentivo aos veículos a diesel, o que provocou episódios agudos de poluição do ar, o que fez com que cidades como Paris, Londres e Madrid precisassem restringir o tráfego de veículos e reduzir atividades econômicas, como as registradas em 2015.
Formada no fim de 2014, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura é um movimento multissetorial que se formou como o objetivo de propor ações e influenciar políticas públicas que levem ao desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, com a criação de empregos de qualidade, o estímulo à inovação, à competitividade global do Brasil e a geração e distribuição de riqueza a toda a sociedade. Mais de 120 empresas, associações empresariais, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil já aderiram à Coalizão Brasil.