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06.07.20 às 16:13

Além de talos, cascas e sementes: confira outros “restos” que não merecem acabar na lata de lixo

Ossos de galinha e gordura animal são alguns resíduos orgânicos que podem ganhar uma nova utilidade na sua casa.

Muito se ouve falar sobre reciclar e reduzir a geração de resíduos sólidos, como por exemplo, as embalagens. Mas devemos nos atentar também para a quantidade de resíduos orgânicos que produzimos e as alternativas possíveis para reciclar parte desse material. Porque muito do que costumamos chamar de “resto”, na verdade pode ter uma nova utilidade.

Entendemos como resíduo orgânico o que é de origem vegetal ou animal, como sobras de comida, cascas, talos, folhas, sementes e ossos. No Brasil, ele corresponde a mais da metade do total de resíduos produzidos (52%), segundo o Cetem, Centro de Tecnologia Mineral. 

Há quem já adote a prática de compostar resíduo orgânico em casa, um processo simples e sustentável que o transforma em adubo. Graças a febre da culinária natural e saudável, também existem aqueles que incorporaram no cardápio receitas que fazem o uso integral de alimentos, quando talos, cascas e sementes vão para o prato — e não para o lixo.

Mas há sempre algo a mais que podemos fazer com os “restos” dos alimentos e, assim, diminuir a geração de resíduos. Gordura animal, cascas de ovos, borra de café e até ossos de frango podem ganhar uma nova utilidade. Ficou curioso? O jornal The New York Times listou uma série de alternativas para dar um novo fim ao que costumamos jogar no lixo. Reunimos algumas delas aqui:

Gordura da carne se transforma em vela

No passado, muitas famílias usavam a gordura animal para conservar os alimentos. O que pouca gente sabe é que ela também pode ser matéria-prima para velas. 

Para fazer essa mágica é preciso cozinhar a carne (bovina ou suína) em temperatura baixa por longas horas. O ideal é usar uma panela de barro com um pouco de água. O líquido que ficar na panela é o que você usará para fazer a vela. 

Ele pode ser retirado com a ajuda de uma concha e despejado em um recipiente. Não se esqueça de colocar o pavio antes que a gordura endureça. E não se preocupe com o cheiro: especialistas garantem que a vela não fica com odor de carne.

Água + folhas/cascas/caroço = corante natural

Além do famoso urucum (também conhecido como colorau), a natureza nos oferece outros corantes: os provenientes de restos de comida. Eles são ótimas alternativas para o tingimento de tecidos.

Cascas de cebola, folhas e cascas de beterraba, folhas de cenoura e até caroço de abacate são algumas das opções para você escolher e fazer um chá concentrado. Depois, basta ferver o tecido nesse chá. Para alcançar um bom resultado, o ideal é usar algodão, linho ou lã. E ao final você pode adicionar um agente de fixação ou mordente (minerais como alume, cobre ou ferro que ajudam a tinta a se ligar à fibra e podem ser comprados em lojas de ferragens ou drogarias).

Ah, a água utilizada para cozinhar o feijão preto também serve para tingir tecidos. Especialistas dizem que ela confere um azul especial.

Assista a um vídeo curto do processo de tingimento com o uso de beterraba

Ossos de galinha para adubar plantinhas

Talvez você já tenha ouvido falar que as cascas de ovos e a borra de café são bons elementos para enriquecer o adubo. O primeiro por ser rico em cálcio e magnésio e o segundo, em nitrogênio. A nova dica é que os ossos de galinha também devem estar nessa lista, já que têm fósforo em abundância, nutriente necessário para o crescimento das plantas. 

Para usá-los como adubo, primeiro eles devem ser secos ou desidratados — você pode fazer isso usando o forno em baixa temperatura.Depois, é preciso triturá-los  com a ajuda de um processador ou um martelo. O resultado é uma farinha rica em nutrientes que pode ser depositada diretamente nos seus vasinhos.

Cascas de frutas e café que vão parar no drink 

Por acaso já imaginou que é possível caprichar no drink usando o que normalmente joga no lixo? A dúvida se o resultado é satisfatório você só tira experimentando!

Com a borra de café você pode fazer um xarope simples e amargo — basta ferver em partes iguais de café e açúcar. Ele é perfeito para preparar um martini de espresso à moda antiga. 

Com as cascas do abacaxi vocês faz um tepache, tradicional bebida mexicana à base de fermentação. Leve ao forno uma assadeira com as cascas, açúcar e especiarias e coberta com água. Depois, coloque tudo em uma jarra e cubra com uma gaze. Deixe por três dias para a fermentação acontecer. Você pode beber assim ou misturar com tequila, a exemplo dos mexicanos.

Durante a quarentena, a bartender Clarie Sprouse percebeu o quanto se pode reduzir o desperdício de alimentos fazendo essas e outras receitas para drinks. Ela reuniu uma série de receitas criativas de vários profissionais dos Estados Unidos em um e-book que  custa U$ 15 — a verba será destinada a trabalhadores não documentados do país. A iniciativa tem dado tão certo que novos volumes serão lançados nos próximos meses!

E mais: sobras para surpreender — do aperitivo à sobremesa

Em muitos casos, sementes, talos, folhas e cascas normalmente descartadas são mais nutritivos que a fruta/vegetal que estamos acostumados a consumir. Taí mais um motivo para aprender receitas que utilizam essas partes de alimentos.

Você pode, por exemplo, utilizar talos de brócolis para preparar um aperitivo delicioso. Basta cortá-los em fatias finas, na transversal, temperar com sal, pimenta e especiarias que goste, distribuí-los em uma travessa, cobrir com azeite e assar por cerca de 25 minutos — vire os talos na metade do tempo. Quando estiverem douradinhos, seu aperitivo está pronto.

Já casas de frutas, geralmente ricas em fibras, alguns caroços e sementes podem ser o ingrediente principal de sucos, pudins, geleias e pães. Nós te damos o caminho:

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