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21.07.15 às 18:51

Ano de 2014 foi o mais quente já registrado

Estudo “Relatório do Clima” foi baseado em contribuições de 413 cientistas de 58 países

Temperaturas da Terra e do Oceano em 2015/Sociedade Americana de Meteorologia

 

Comentário Akatu: O aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera é uma das principais responsáveis pelo crescente aquecimento global, sinalizando a relação de interdependência ao longo da história entre a ação humana e o impacto sobre os ecossistemas e o comportamento climático. Não é somente a poluição industrial que gera esse tipo de alteração climática: desmatamento, exploração pecuária em larga escala, utilização de meios de transportes movidos a combustíveis fósseis e energias geradas de forma poluente também entram nessa lista. Se os consumidores são parte da origem do problema, também são parte de sua solução. Por meio de mudanças em suas práticas cotidianas, os consumidores se percebem como cidadãos e se empoderam, forçando as empresas a produzirem de forma mais limpa. Este novo comportamento e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento global e suas consequências ruins ao clima do planeta.

 

Em 2014, os indicadores continuam a refletir um planeta em aquecimento. Marcadores de temperatura da terra e do oceano, de nível do mar e de gases de efeito estufa bateram recorde, revelou o relatório Estado do Clima 2014, apresentado na sexta-feira (17/7) pela Sociedade Americana de Meteorologia.

O relatório, compilado pelo Centro para o Clima no Centro Nacional de Informação para o Meio Ambiente do NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica), baseou-se em contribuições de 413 cientistas de 58 países ao redor do mundo (veja o relatório completo, em inglês). Fornece informações atualizadas sobre indicadores do clima global, eventos climáticos relevantes e outros dados coletados por estações de monitoramento e instrumentos localizados na terra, na água, no gelo ou no espaço.

“Esse relatório contém dados coletados ao redor do globo, por dezenas de cientistas e nos dá uma visão do que aconteceu em 2014. Os indicadores nos mostram como nosso clima está mudando, não apenas na temperatura, desde as profundezas do oceano até a atmosfera”, disse Thomas R. Kark, diretor do Centro Nacional de Informação para o Meio Ambiente do NOAA.

Veja, a seguir, alguns destaques do relatório:

Gases de efeito estufa (GEE) continuam a aumentar: as concentrações da maioria dos gases de efeito estufa continuaram a subir em 2014, incluindo dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, atingindo valores históricos. As concentrações de CO2 aumentaram em 1.9 ppm (partes por milhão) em 2014 – a média do ano foi 397.2 ppm por ano.  Em 1990, quando o primeiro relatório foi publicado, a concentração era de 354 ppm.

Temperaturas recordes na superfície da Terra: quatro fontes globais independentes mostraram que 2014 foi o ano mais quente já registrado na história. O calor estava espalhado pelas áreas terrestres do planeta. A Europa sentiu a diferença, já que mais de 20 países bateram recordes de temperatura. A África teve temperaturas acima da média na maior parte do continente em 2014. A Austrália teve seu terceiro ano mais quente já registrado; o México teve seu ano mais quente já registrado e a Argentina e o Uruguai tiveram seu segundo ano mais quente da história. A costa leste da América do Norte foi a única região que teve temperaturas anuais abaixo da média.

A temperatura da superfície do oceano bateu recorde: a média global de temperatura da superfície do oceano foi a mais alta já registrada. O calor foi particularmente notável no Oceano Pacífico Norte.

O calor oceânico superficial global bateu recorde: esse aumento de temperatura reflete a contínua acumulação de energia térmica nas camadas mais superficiais dos oceanos. Os oceanos absorvem mais de 90% do excesso de calor decorrente dos gases de efeito estufa.

O nível dos mares também bateu o recorde em 2014: foi mantido o ritmo de aumento no nível dos mares observados nas duas últimas décadas.
O Ártico continua a aquecer-se e a extensão do gelo continua a diminuir: o Ártico teve seu quarto ano mais quente desde seu recorde no início do século 20. O derretimento da neve aconteceu de 20 a 30 dias antes do que acontecia, em média, nos anos de 1998 a 2010.

Na região de North Slope do Alasca, temperaturas recorde a 20 metros de profundidade foram medidas em 4 de 5 observatórios do permafrost. A extensão mínima de gelo no Ártico foi de 5,02 milhões de quilômetros quadrados em 17 de setembro, a sexta menor desde que as observações via satélite começaram, em 1979. As 8 menores extensões de gelo sobre o mar neste período aconteceram nos últimos oito anos.

A Antártica mostrou uma variação alta nos padrões de temperatura; a extensão da camada de gelo sobre o mar bateu seu recorde: os padrões de temperatura na Antártica apresentaram fortes padrões regionais e sazonais, com mais calor que o normal e mais frio que o normal. A extensão máxima de gelo sobre o mar na Antártica atingiu um recorde de 20,15 milhões de quilômetros quadrados em 20 de setembro – são 570 mil quilômetros quadrados mais que o recorde anterior de 19,58 milhões de quilômetros quadrados de 2013. Foi o terceiro ano consecutivo de recorde da extensão máxima de gelo na região.

Os ciclones tropicais estiveram na média: houve 91 ciclones tropicais em 2014, acima da média de 1981-2010 de 82 tempestades. Semelhante ao que aconteceu em 2013, a temporada de ciclones no Atlântico Norte foi mais tranquila que a maioria dos anos das últimas duas décadas.

O Estado do Clima 2014 é a 25ª edição de uma série publicada anualmente como suplemento especial do Boletim da Sociedade Meteorológica Americana.

Leia mais:

ONU: temperatura global média alcançou recorde nos seis primeiros meses de 2015

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