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04.09.13 às 18:14

Bancos querem cortar crédito de empresas que não respeitem os recursos naturais

Líderes do sistema financeiro mundial concordam que forma como o atual sistema econômico usa, e, muitas vezes, destrói o meio ambiente não é sustentável
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Comentário Akatu: Um modelo de sociedade mais sustentável envolve, de um lado, consumidores mais conscientes e, de outro, empresas dispostas e preparadas para inovar no atendimento às suas demandas, oferecendo-lhes alternativas de produtos e serviços ambientalmente adequados e socialmente justos em todas as etapas de sua cadeia produtiva, inclusive em seu financiamento. Mais do que uma tendência, essa mudança de paradigma rumo à economia verde parece ser a alternativa viável para combater os efeitos dos padrões insustentáveis de produção e consumo que vêm sendo adotados há dezenas de anos

Não é fácil calcular o valor monetário de uma floresta, ou de um rio ou ar limpo, mas é isso que os maiores bancos mundiais estão tentando fazer.  Para ajudar a calcular o valor dos recursos naturais usados e dos impactos causados pelas atividades das empresas, foi criado um grupo de trabalho que reúne 43 grandes instituições financeiras, inclusive o Banco Mundial. Esse grupo é consequência da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012, ou Rio+20, quando 39 grandes bancos assinaram a Declaração do Capital Natural. “ Apesar de ser fundamental para nosso bem-estar, o uso diário [dos bens naturais] permanece quase despercebido em nosso sistema econômico. Usar capital natural dessa forma não é sustentável”, afirma a declaração.

A declaração também definiu “os bens naturais da Terra (solo, ar, água, flora e fauna), e os serviços ecossistêmicos resultantes deles, que tornam a vida humana possível” como capital natural. E foi adiante, dizendo que alimentos, fibras, água, saúde, energia, segurança climática e outros serviços essenciais fornecidos pelo capital natural valem trilhões de dólares por ano, mas que não são valorizados adequadamente.

Os bancos reconheceram sua culpa parcial pela situação atual, pois não criaram uma forma de valorizar esse capital natural nem avaliaram os riscos que a destruição desses recursos traz ao equilíbrio ecológico. Eles querem que os governos forcem as companhias a revelarem em relatórios financeiros anuais sua dependência do capital natural e o impacto que elas têm. Também pedem o estabelecimento de punições para companhias que não o fizerem e incentivos tarifários para as que protegerem o capital natural como parte de seu negócio.

A ideia do grupo de trabalho é transformar essa declaração de um ano atrás em algo mais tangível, e colocar um valor econômico no mundo natural. Liesel Van Ast, gerente de projeto para a Declaração do Capital Natural, está trabalhando com o Instituto Financeiro das Nações Unidas em Genebra para ajudar os bancos a estabelecerem uma série de compromissos para implementar a declaração. “Os bancos precisam resolver a forma como serão responsáveis pelo capital natural, explicar a todos por que precisam fazer isso e então dizer como fazer isso”, observou. “No momento, o uso excessivo de capital natural não é visto como um risco de negócio, pois todos acreditam que podem lidar com isso antes que os recursos se esgotem e ocorram crises. Esperamos mudar essa atitude e fazer com que as companhias paguem um preço pelo uso excessivo de capital natural”.

No documento, a meta é ter um sistema internacional operando, reconhecido por todos os governos e assinado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas até 2020. Pode ser um trabalho vagaroso e difícil, mas o grupo de trabalho acredita que isso é vital para evitar que o atual sistema econômico destrua o planeta.

Clique aqui para ler a tradução publicada pelo Instituto CarbonoBrasil ou leia o original do Climate News Network (em inglês).

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