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01.12.10 às 12:07

Com que sacola eu vou?

Consumidores deixam de lado os sacos plásticos e descobrem novas maneiras de carregar suas compras
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A campanha “Saco é um saco” , promovida pelo Ministério do Meio Ambiente, tem como objetivo reduzir o consumo das sacolas plásticas no Brasil, que hoje chega aos 12 bilhões de unidades por ano. Muitas pessoas estão repensando seus hábitos de consumo e buscando alternativas. Para os consumidores que decidiram mudar de atitude, fica a pergunta: qual a melhor maneira de substituir as sacolas plásticas para carregar as compras?

“Na hora de adotar novos hábitos, é importante que cada pessoa encontre as soluções mais práticas no seu dia-a-dia. Assim, poderá manter as novas atitudes por muito tempo, sem precisar fazer sacrifícios”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. Veja abaixo como os consumidores estão descobrindo novas maneiras de carregar suas compras, aproveitando as vantagens de cada uma delas.

Ecobags e sacolas de lona
A professora Selma Teixeira, de 56 anos, deixou de pegar sacolinhas extras para utilizar como saco de lixo em casa. “Eu sempre juntava sacolas para reaproveitar em casa. Depois, percebi que era bobagem fazer isso. Eu não estava economizando, mas poluindo ainda mais”, afirma.

Atualmente, Selma prefere utilizar as sacolas retornáveis, feitas de plástico resistente ou algodão, também conhecidas como ecobags, que são vendidas em supermercados, livrarias, farmácias e feiras. Em São Paulo, os preços costumam variar entre R$ 3 e R$ 10, de acordo com o tamanho e o material de que são feitas. As tradicionais sacolas de lona custam em torno de R$ 2.

Embora a ecobag seja mais resistente que as sacolinhas plásticas, Selma afirma que o produto também tem as suas desvantagens. “Como as sacolas são maiores do que as oferecidas nos mercados, a gente acaba comprando mais coisas do que devia e só na hora em que vamos levar para casa é que percebemos, por causa do peso”.

Assim como a professora, quem deixa de utilizar as sacolinhas dos supermercados busca alternativas para colocar o lixo em casa. Segundo especialistas do setor, os materiais recicláveis separados para a coleta seletiva podem ser acondicionados em caixas de papelão. Quanto ao lixo orgânico, é melhor usar os sacos plásticos próprios para lixo, pois muitas vezes são produzidos a partir de material reciclado. Os sacos do supermercado, pelo fato de entrarem em contato com alimentos, têm de ser produzidos a partir de matéria-prima virgem.

Carrinho de feira
A opção da educadora Regiane Souza, de 28 anos, é o velho e bom carrinho de feira. Os carrinhos atuais são fabricados com materiais leves, como, por exemplo, o alumínio, e possuem diversas cores e tamanhos. Os modelos mais simples podem ser encontrados em hipermercados e feiras por cerca de R$ 40. Outros modelos são vedados e mais parecem uma mochila escolar com rodinhas, e custam em torno de R$ 90. “Com o carrinho, eu distribuo melhor o peso dos alimentos. Levo as compras sem prejudicar a minha saúde carregando peso e sem prejudicar o meio ambiente”, afirma Regiane.

Quando não é possível levar seu carrinho de feira para fazer as compras no supermercado, ela prefere utilizar o carrinho do próprio estabelecimento que costuma freqüentar. “Pego emprestado o carrinho deles, deixo as compras em casa e depois devolvo o carrinho”, conta. “Pode parecer estranho, mas isso é uma boa opção quando o meu carrinho está emprestado, quebrado ou quando eu saio para fazer as compras direto do trabalho”. Ela lembra também que alguns estabelecimentos comerciais disponibilizam um funcionário para acompanhar o cliente até em casa e levar o carrinho de volta ao supermercado. Mas, neste caso, é preciso pagar uma pequena quantia ao ajudante, que varia de R$ 5 a R$10.

Ecobags X carrinhos
Mesmo com os carrinhos mais modernos, há quem prefira as sacolas ecologicamente corretas, como a estudante de moda Cássia Tanaka, de 24 anos. “As ecobags são mais bonitas que as tradicionais sacolas e não são caras. Além disso, com elas você não corre o risco de a roda do carrinho travar nos buracos ou quebrar. Mas, a ecobag também não é perfeita”, afirma.

Segundo Cássia, a vantagem do carrinho é poder organizar melhor as compras. “Na sacola, por causa do peso, você não pode exagerar nas compras e tem de fazer uma ‘gestão’ do que está comprando. Não dá para comprar por impulso, porque você tem que colocar os alimentos mais pesados e que não amassam no fundo, e os menores e mais frágeis em cima. Caso a compra seja composta por alimentos úmidos, o melhor mesmo é levar uma ecobag mais antiga para colocar esses produtos”, explica Cássia.

Caixas de papelão
Para as pessoas que moram perto do supermercado ou vão às compras de carro, a dica é pedir ao supermercado uma caixa de papelão que embala os produtos enviados pelos fabricantes aos supermercados. Quem já aderiu a essa idéia foi a jornalista Roberta Lotti, de 28 anos. “As caixas são ótimas quando são colocadas no carro. Além de acomodarem melhor os alimentos, elas não têm custo, porque são doadas pelos supermercados. Mas, para levar a pé, não recomendo”, avisa Roberta. Quando faz compras menores em farmácias ou livrarias, Roberta opta por guardar os produtos dentro da bolsa, evitando assim o uso da sacola plástica.

A própria mochila
Uma boa alternativa para levar as compras sem recorrer a sacolas é fazer como o administrador de empresas Fernando Esteves, de 25 anos, que opta pela própria mochila. Ele conta que adquiriu o hábito quando morou em Londres, em 2008. “Eu aproveitava a mochila que levava para o trabalho para colocar as compras. Isso facilitava na volta para casa, pois podia me locomover melhor e me segurar dentro do ônibus sem tomar sustos durante o trajeto até em casa. Sem contar que eu não precisava juntar um monte de sacolas plásticas”, lembra.

Assim como qualquer outra opção, entretanto, sempre há algumas desvantagens. “Por caber mais coisas, eu acabava me empolgando e comprando além do que deveria. E os produtos mais frágeis, como pão e bolo, chegavam um pouco amassados”, explica.

Diante de tantas alternativas, adequadas aos diferentes estilos de vida, com que sacola — ou carrinho — você vai às próximas compras?

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