O coordenador do Núcleo de Economia Solidária (Nesol) da USP, Diogo Tsukumo, divide esta metodologia em 4 fases:
1. Identificação
Nessa fase são realizados estudos, diagnósticos e visitas aos municípios ou comunidades para certificar que o local reúne as condições necessárias para organização de um Banco Comunitário. Dentre outros, são observados os seguintes aspectos:
a) presença de uma organização local/comunitária, interessada em desenvolver e gerir as ações de um Banco Comunitário;
b) compromisso do poder público local, universidade e iniciativa privada, em apoiar a implantação do Banco;
c) existência de grupos produtivos locais e de empreendimentos econômicos solidários; e
d) existência de rede telefônica instalada no município/bairro (serviço necessário para o funcionamento de caixa eletrônico).
2. Preparação
Consiste no processo de sensibilização dos moradores, produtores e comerciantes do município/comunidade, bem como a capacitação dos agentes e gerentes de crédito. Considerar nessa etapa eventos de capacitação (oficinas, cursos e treinamentos), distribuídas ao longo do período desta fase. Apresenta as seguintes etapas:
a) reuniões com a comunidade, o governo local, e outros parceiros locais objetivando ouvir suas expectativas, negociação de apoio e definição da contribuição de cada um para a constituição de Banco Comunitário;
b) oficina de sensibilização com técnicos da entidade que apoiará o Banco Comunitário e comunidade, momento em que serão abordadas noções de desenvolvimento local e Economia Solidária;
c) oficina das experiências de outros bancos, apresentando o estágio de desenvolvimento alcançado pela comunidade;
d) oficina sobre economia solidária para oferecer aos moradores noções sobre como organizar coletivamente redes de produtores e consumidores locais, remontando cadeias produtivas e criando instrumentos de Economia Solidária
e) oficinas práticas sobre o mapeamento da produção e do consumo local; e
f) curso de agente e gerente de crédito, quando serão treinadas pessoas da comunidade para atuarem como agente e gerente de crédito.
3. Implantação.
Após o processo de sensibilização e capacitação, iniciam-se os preparativos práticos para o funcionamento do banco, destacando-se;
a) oficina de planejamento do Banco Comunitário para determinar o funcionamento do Banco, nome, produtos, gestão, parcerias e outros;
b) oficina de treinamento da equipe do Banco Comunitário e criação dos instrumentos de gestão (formulários, fichas de cadastro, definição de política de juros, sistema de aval, analise do crédito e outros);
e) preparação e edição do material gráfico sobre o Banco Comunitário e a Moeda Social Local;
f) cartaz, folder, convite, impressão das moedas sociais e outros; e
g) lançamento do banco e assessoria à equipe de gestão por três meses.
4. Consolidação
Nessa fase os Bancos Comunitários precisam consolidar suas atividades e superar dificuldades apresentadas ao longo do processo inicial. São realizadas ações de:
a) consultorias especializadas e focadas;
b) reuniões com o poder público local;
c) articulação com novos parceiros;
d) cursos de aperfeiçoamento para os agentes e gerentes de crédito, produtores locais e consumidores;
e) aperfeiçoamento nos conhecimentos e nas práticas desenvolvidas no banco; e
f) campanhas para divulgar as ações do banco e seu impacto na comunidade.
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