O custo de vida para manter necessidades básicas está cada vez mais elevado e essa realidade afeta todas as famílias brasileiras, especialmente as mais vulneráveis. Diversos fatores influenciam neste cenário, como o aumento da inflação, a desvalorização do real, a crise econômica ampliada pela pandemia e, claro, a instabilidade política em Brasília.
Os índices de inflação refletem bem esse cenário de disparada dos preços. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou a maior alta em 21 anos, chegando a 9,68% no acumulado dos 12 meses anteriores. E com a inflação em alta, o consumidor sente no bolso, tendo que pagar mais por produtos como carne bovina, arroz, feijão, tomate, café e leite, por exemplo. De acordo com o Dieese, o preço da cesta básica já consome mais de 60% do salário mínimo em diversas capitais, como Rio, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre.
Além dos alimentos em alta, o botijão de gás teve seu 15° aumento consecutivo anunciado pela Petrobrás e já chega a R$ 130 em diversos municípios, assim como a gasolina, comercializada a até R$ 7 o litro. A crise hídrica e elétrica aumentou ainda mais a conta de luz, reajustada em 50% em setembro, e que deve seguir na “bandeira escassez hídrica” até 30 de abril de 2022.
Neste cenário, nos resta buscar soluções para tentar driblar a alta dos preços, em especial na alimentação. Descubra dicas de consumo consciente simples e eficientes na hora de ir às compras e de cozinhar que combatem o desperdício e geram economia. Além de benéficos para você e para o seu bolso, esses hábitos são positivos para a sociedade e para o meio ambiente!
Chegou a hora de comprar, armazenar e consumir direitinho os alimentos
Antes de ir às compras na feira, no mercado ou no sacolão…
Verifique os itens que faltam na sua despensa e geladeira: elabore uma lista com os itens necessários, com a quantidade pré-definida, e mantenha-se em alerta no momento da compra. Planejar a sua lista evita desperdício de dinheiro e de alimentos.
Evite ir às compras com fome: essa é uma atitude simples, mas que faz diferença, pois com fome a possibilidade de comprar algo em excesso ou por impulso é sempre maior.
Atenção aos alimentos perecíveis: se possível, compre em quantidades menores, com maior frequência semanal. Assim, o risco de desperdício será menor.
Dê preferência aos produtos da estação: esses alimentos costumam vir de regiões mais próximas, com menor distância e tempo de transporte, então, chegam mais frescos e podem durar por mais tempo.
Quando chegar em casa, tenha cuidado com o armazenamento e com o consumo…
Organize os produtos priorizando os mais antigos para os mais recentes: coloque em cima ou na frente os produtos que foram comprados anteriormente e embaixo ou atrás os mais recentes, verificando as datas de vencimento. Essa proposta está baseada em uma metodologia chamada FIFO (first in, first out), em que os produtos mais antigos (primeiros a entrar no estoque) devem ser os primeiros a saírem, para evitar que estraguem e sejam desperdiçados.
Atenção às recomendações de armazenamento das embalagens: verifique qual o melhor local para guardar os alimentos e evitar a perda ou deterioração deles.
Guarde os produtos na geladeira no local recomendado: a parte de cima, onde a temperatura geralmente é mais alta, é indicado para alimentos perecíveis. Já a parte de baixo, geralmente contém uma gaveta, mantém a temperatura mais baixa, ideal para frutas, verduras e legumes.
Antes de congelar alimentos, separe-os em porções únicas: dessa forma será possível descongelar somente o necessário para a próxima refeição, evitando perder comida.
Se possível, utilize os alimentos por completo: comece incluindo sementes, talos, folhas e cascas nas receitas. A casca de abacaxi, por exemplo, contém, por grama, o dobro de proteínas da fruta em si. Assim, é possível aproveitar partes nutritivas e ricas em fibras dos alimentos e reduzir a quantidade de lixo doméstico.
Reaproveite as sobras: entenda quais alimentos podem ser reaproveitados e pesquise por novas receitas. Dessa forma, as sobras de uma refeição podem se tornar um novo prato.
Coloque no prato somente o que vai comer: essa dica é simples, porém é fundamental colocarmos em prática na hora das refeições para evitar desperdícios.
O gás de cozinha chegou e pode durar por mais tempo
Abra o forno somente quando necessário: ao abrir o forno, levará mais tempo para ele voltar à temperatura ideal e, consequentemente, isso consumirá mais gás.
Mantenha o fogão limpinho: fique atento à cor das chamas, quando estão amareladas ou alaranjadas são sinal de sujeira ou de mau funcionamento, o que pode significar desperdício de gás. As chamas azuis indicam que o fogão está funcionando corretamente.
Utilize as bocas menores do fogão: quando for possível, utilize as bocas menores do fogão e recorra às maiores somente quando necessário. Bocas menores consomem menos gás
Faça mais de uma receita no forno: assim, é possível aproveitar o calor de modo mais eficiente. Se na sua casa houver essa possibilidade, faça o teste.
Cuide das panelas: use as panelas adequadas à quantidade de comida. Tampe as panelas quando estiver em uso, pois isso evita a dispersão de calor e otimiza o cozimento. Limpe-as corretamente.
Evite a passagem de vento na cozinha: o vento é capaz de diminuir a potência das chamas do fogão, sendo assim, pode exigir mais gás no preparo dos alimentos.
Descongele alimentos antes do preparo: retire os alimentos do freezer com antecedência e deixe-os em uma bandeja com água. Isso evita o consumo desnecessário de gás para o descongelamento.
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