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13.04.17 às 17:59

Aquecimento global ameaça a Grande Barreira de Corais da Austrália

Novo levantamento mostra que dois terços dos recifes sofreram danos sem precedentes

Cientistas observaram, neste ano, danos severos em dois terços da Grande Barreira de Corais da Austrália.

Os recifes de corais sofrem o processo de “branqueamento”, principalmente em consequência do aquecimento global, explica o professor Terry Hughes, diretor do ARC Centre of Excellence for Coral Reef Studies, que conduziu os estudos em 2016 e 2017.

Os corais são pólipos que vivem em simbiose (interação vantajosa) com as algas, que conferem a sua coloração. Quando as águas dos oceanos sobem de temperatura ou são poluídas, essas abandonam os corais. Sem as algas, os corais ficam esbranquiçados, perdem sua principal fonte de alimento e acabam fragilizados.

Em 2016, os pesquisadores verificaram que os danos estavam mais concentrados na parte Norte do recife. Um ano depois, a parte intermediária era a parte mais prejudicada. Para fazer o levantamento, os cientistas fazem mais de 8 mil quilômetros de sobrevoos na Grande Barreira, além de conferir de perto 800 corais, individualmente.

Segundo os cientistas do ARC, há uma perda relevante, “sem precedentes” de corais na região central. O branqueamento não significa que os corais estejam mortos, mas o tempo de recuperação do branqueamento é de pelo menos uma década.

Considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) em 1981 por conta de sua biodiversidade, a Grande Barreira da Austrália é uma larga faixa de recife com 2.300 km de extensão, habitat de diversas espécies marinhas. Abriga 600 tipos de corais, 100 espécies de águas-vivas, 3 mil variedades de moluscos, 500 espécies de vermes, 1.625 tipos de peixes, 133 variedades de tubarões e arraias e mais de 30 espécies de baleias e golfinhos.

Mesmo que os peixes e frutos do mar não estejam no nosso cardápio, todos nós dependemos do equilíbrio marinho, já que ele é fundamental para manter a vida na cadeia alimentar que envolve todos os seres vivos.

O aquecimento global, um dos principais causadores desse problema, é resultado do excesso de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. A produção de energia, a queima de combustíveis fósseis (como a gasolina e o diesel) e a agropecuária são alguns dos principais emissores de GEE. Os oceanos perdem seu equilíbrio quando absorvem o calor e o carbono, o que tem reflexos também no clima do planeta.

Governo, empresas e sociedade devem atuar em conjunto para reduzir as emissões de carbono e, assim, frear o aquecimento global e, em consequência, o branqueamento dos corais. Cada um de nós pode colaborar, mudando alguns hábitos do dia a dia. Veja algumas dicas de consumo consciente a seguir:

  • Não desperdice alimentos. A agropecuária é uma das maiores fontes de emissão de gases de GEE no Brasil.
  • No preparo das refeições, aproveite os talos, folhas, cascas e sementes. Há diversas receitas nutritivas e saborosas para evitar que essas partes acabem no lixo.
  • Reduza o consumo de carnes vermelhas, nem que seja por um dia na semana. Em seu processo de digestão, bois e vacas emitem metano, um gás mais poderoso que o gás carbônico em relação ao efeito estufa.
  • Consuma produtos produzidos localmente, evitando emissões de GEE com o transporte.
  • Sempre que possível, evite o uso do transporte privado individual. Prefira o transporte público, a bicicleta ou uma caminhada, pelo menos em alguns trechos, que emitem menos GEE que o transporte motorizado individual; se precisar mesmo pegar o carro, procure coordenar caminhos para dar ou pegar carona e otimizar o uso do veículo.
  • Economize energia elétrica, principalmente nos períodos secos, quando é necessário acionar as usinas termoelétricas, que emitem mais GEE.
  • Reflita antes de fazer uma compra: você precisa mesmo disso? A fabricação dos produtos envolve extração e processamento de matéria-prima, uso de água e de energia na produção, além do gasto de combustível no transporte da mercadoria. Todos esses processos causam a emissão de GEE.

Imagem: Greg Torda/Divulgação ARC

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