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01.03.16 às 18:39

Investimentos em energias limpas bateram recorde mundial em 2015

No ranking dos cinco principais destinos dos investimentos em energia limpa estão China, Estados Unidos, Japão, Reino Unido e Índia

Comentário Akatu: Apesar de notícias promissoras, como a dos investimentos em energias limpas, ainda será necessário longo tempo para que gradualmente se substituam as energias fósseis por renováveis. Para essa transição, e depois dela, é cada vez mais importante o papel do consumidor. Consumir energia de forma consciente é optar por fontes mais sustentáveis já existentes e demandar do mercado soluções de qualidade e em quantidade adequadas, além de utilizar o necessário para garantir bem-estar, sem desperdício. Apoiar o desenvolvimento de fontes renováveis de energia e à educação para o consumo consciente também são formas de contribuir para um futuro mais sustentável. Um exemplo de como o consumidor pode contribuir para o meio ambiente é usar o carro movido a etanol ao invés de gasolina, que é bem mais poluente.

Os investimentos em energias renováveis atingiram um recorde histórico em 2015, surpreendendo quem esperava que o setor fosse afetado negativamente pela queda no preço do petróleo e de outros combustíveis fósseis. Os dados constam do estudo A Year for the Record Books, o mais recente relatório da série Tracking the Energy Revolution – Clean Energy Canada, a qual identifica tendências no mercado de energias limpas no Canadá e no mundo. O levantamento foi divulgado no dia 29 de fevereiro deste ano.

O investimento recorde de US$ 367 bilhões registrado no ano passado ficou bem acima dos US$ 253 bilhões investidos em combustíveis fósseis nesse período e cravou um recorde sem precedentes.

O ano de 2015 foi também o primeiro em que mais dinheiro foi investido em energia limpa nos países em desenvolvimento (US$ 167 bilhões) do que nos países desenvolvidos (US$ 162 bilhões).

No ranking dos cinco principais destinos dos investimentos em energia limpa, a China, que ficou em primeiro lugar com US$ 110,5 bilhões, supera a soma dos investimentos destinados aos Estados Unidos (US$ 56 bilhões) e ao Japão (US$ 46 bilhões), que ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Completam o ranking o Reino Unido (US$ 23,4 bilhões) e a Índia (US$ 10,9 bilhões). Percentualmente, no entanto, o maior crescimento em relação a 2014 ficou com a Índia e o Reino Unido, com 23% cada. A China elevou seus investimentos em 17% em relação ao ano anterior e os Estados Unidos, 7%. O Japão manteve-se quase estável, com crescimento de 3%.

Com investimentos de US$ 160 bilhões, a energia solar ficou ligeiramente à frente da eólica, que recebeu recursos da ordem de US$ 110 bilhões. As grandes hidrelétricas, por sua vez, quase empataram com a energia oriunda de biomassa e detritos (US$ 42 bilhões e US$ 41 bilhões, respectivamente).

Custo em queda
Segundo o estudo, entre 2009 e 2015, o custo da energia eólica nos Estados Unidos caiu 61%, enquanto o custo da energia solar teve queda de 82%.

“Um terço de um trilhão de dólares foram investidos em energias renováveis em 2015 – trata-se de um investimento de peso que estabelece um novo recorde para as energias limpas, mesmo diante da forte concorrência dos preços baratos dos combustíveis fósseis”, sintetiza Merran Smith, diretora executiva da Clean Energy Canada.

“Valor imbatível”

“Elas estão decolando porque oferecem um valor imbatível – elas são locais, por isso, oferecem segurança energética. As energias limpas também são uma solução climática e reduzem os problemas de saúde causados pela poluição atmosférica. São cada vez mais competitivas e há muitos investimentos a serem feitos ainda”, destaca.

“O custo da produção de energias limpas continua a cair, e seu combustível – sol, vento, água – é gratuito. Não é de admirar que as energias limpas estejam ganhando força em todo o mundo. Trata-se de um contraste gritante com os mercados de combustíveis fósseis, que agora vivem às voltas com altos altos e baixos”, completa.

Faça o download do estudo na íntegra em PDF (em inglês)

Texto publicado no site da EcoD

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