A Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (organização integrante do SENAI CETIQT) e a indústria de cosméticos Apoteka, finalizou, em tempo recorde, os testes para produção de álcool em gel feito a partir da celulose microfibrilada (MFC). O novo produto, extraído da madeira, substitui o carbopol, importante componente utilizado na fabricação de álcool em gel, com alta de preço devido à demanda mundial crescente em meio à pandemia da COVID-19.
O trabalho inovador, realizado ao longo de duas semanas, foi conduzido por um grupo de cerca de seis pesquisadores e um time de 20 pessoas, com envolvimento direto das duas empresas e da entidade. O primeiro volume, de 60 quilos, já está em fase de testes e adaptações para que possa ser utilizado. A concepção do uso da celulose microfibrilada empregada partiu do Centro de Tecnologia da Klabin e foi produzida no recém-inaugurado Parque de Plantas Piloto da Companhia, localizado em Telêmaco Borba (PR). O local foi projetado para produzir, em pequena escala industrial, tanto a MFC quanto a lignina, substâncias extraídas da madeira.
“Uma das rotas de pesquisas do Centro de Tecnologia é direcionada aos diversos usos da madeira. Temos um enorme potencial de extração de novos produtos a partir da nossa principal matéria-prima, as árvores de florestas plantadas. A utilização da nanocelulose na produção de álcool em gel reitera as inúmeras possibilidades de fonte renovável que temos pela frente”, destaca Francisco Razzolini, diretor de Tecnologia Industrial, Inovação, Sustentabilidade, Projetos e Negócio de Celulose da Klabin. “Estamos muito satisfeitos com o resultado desse projeto e, como acreditamos que cada atitude conta, esperamos que essa seja mais uma ação da Klabin para auxiliar no combate ao coronavírus”, complementa o executivo.
O produto está em processo de validação pela Anvisa, mas já possui laudos técnicos que garantem a sua ação antibactericida, importante no combate à COVID-19. Além disso, a MFC utilizada para este fim é um tipo específico de nanocelulose, mais homogênea e que garante hidratação para a pele, evitando o ressecamento pelo uso contínuo do produto. Após as aprovações, a expectativa é que o produto entre rapidamente em produção para atender as demandas de mercado.
“Momentos como o atual demandam intensa colaboração e agilidade na busca por soluções que atenuem os efeitos da pandemia em nosso país. O trabalho realizado em parceria com Klabin e Apoteka demonstra a capacidade de resposta e organização da pesquisa nacional quando provocada. Acreditamos no potencial da Indústria de base renovável no Brasil, sobretudo do setor de celulose onde a MFC é apenas um dos potenciais novos produtos que podem ser obtidos a partir da madeira. Estamos orgulhosos de contribuir com o combate ao coronavírus ao mesmo tempo que geramos valor para as empresas e para a sociedade através de uma inovação alcançada em tempo recorde. Acreditamos ser esse um dos papéis do SENAI”, afirma João Bruno Valentim, Coordenador do Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras.
“Frente ao cenário atual, a Apoteka acredita que tem a responsabilidade como empresa de fazer a sua parte no combate ao Coronavírus. Unindo esforços à Klabin e ao Senai, conseguimos em pouco tempo definir uma fórmula para o álcool gel que substitui o Carbopol, a matéria-prima mais comumente usada, mas que neste momento está com alta procura e alto custo. A MFC, além de ser sustentável, garante um álcool gel com a mesma qualidade e eficácia, e que promove efeito hidratante. Deixando de lado uma produção exclusiva de cosméticos, como filtros solares e maquiagens, e se estruturando para produzir mais de 600 quilos de álcool gel por dia, a Apoteka se orgulha de caminhar ao lado de grandes parceiros, ao encontro da necessidade da população”, comenta Corina Godoy Cunha, diretora e responsável pela área de P&D da Apoteka.