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01.11.16 às 16:45

Reduzir consumo de carne beneficia saúde, economia e meio ambiente

Estudo britânico analisou a relação entre a saúde e as emissões de gases de efeito estufa.

Um estudo, feito por cientistas do departamento de sustentabilidade da Universidade de Oxford, mostrou que a redução do consumo global de carnes pode melhorar a saúde, o meio ambiente e também a economia. Segundo os autores, esta é a primeira vez que as análises sobre a influência na saúde e nas emissões de gases de efeito estufa foram relacionadas. A pesquisa foi publicada na revista científica PNAS e divulgada no portal Ciclovivo, em outubro.

A criação de gado afeta o meio ambiente de diferentes formas e está diretamente ligada às emissões globais. O gado, por exemplo, libera grandes quantidades de gás metano na atmosfera, um poluente 21 vezes pior do que o CO2. Além disso, o desmatamento gerado para manter a pecuária e a agricultura em larga escala colabora para a perda de florestas que atuam como importantes pontos de armazenamento de carbono. Sem contar o impacto na biodiversidade local. Com estas informações, os cientistas concluíram que era necessário cruzar informações e cenários distintos para entender realmente como o consumo de carne pode afetar o planeta.

Os pesquisadores desenharam quatro cenários em um modelo computadorizado para analisar como cada um deles se apresentaria em 2050, segundo o portal Ciclovivo.

1. Mantendo os padrões de produção atuais. Para este cenário foram utilizados dados e previsões da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO).

2. Com dietas globais saudáveis. Nesta situação, as pessoas em todo o mundo se alimentariam de maneira saudável, consumindo apenas as calorias necessárias para manter o peso saudável. Foram consideradas dietas que incluem: cinco porções de frutas e vegetais, menos de 50g de açúcares e, no máximo, 43 gramas de carne diariamente.

3. Com dietas vegetarianas, que incluem laticínios. Seriam seis porções de frutas e legumes e uma porção de grãos, como feijão e lentilhas.

4. Com dietas veganas completamente à base de plantas. Com sete porções de frutas e legumes e uma porção de grãos.

Os pesquisadores explicaram que os cenários foram projetados para explorar a gama de possíveis resultados proporcionados por uma exclusão progressiva de alimentos feitos com base animal na dieta humana.

A primeira descoberta está relacionada à saúde. Apenas passando do 1º para o 2º cenário, já seria possível salvar a vida de 5,1 milhões de pessoas ao ano. Quando analisado o cenário com dietas vegetarianas, o número sobe para 7,3 milhões e com dietas veganas, chega a incríveis: 8,1 milhões. A explicação seria de que comer menos carne reduz a incidência de doenças crônicas não-transmissíveis, associadas ao sobrepeso e a dietas pouco saudáveis.

A segunda observação diz respeito aos poluentes. Com a dieta saudável, que contem ainda um pouco de carne, as emissões globais de gases de efeito estufa só aumentaria 7% em 2050. Com o cenário seguindo o padrão atual, esse aumento seria de 51%.

Os benefícios econômicos vêm na terceira colocação. De acordo com os cientistas, a mudança de hábitos que se reflete em menos doenças, também significa menos gastos com saúde. A economia, apenas com custos para combater doenças e com os dias de trabalho perdidos em consequência de enfermidades, seria de US$ 700 bilhões a US$ 1 trilhão anuais.

Clique aqui para acessar o estudo.

Consumo consciente
A carne bovina tem uma grande pegada de carbono, que se refere à quantidade de gases de efeito estufa emitida durante as etapas de produção. Por isso, reduzir a quantidade de carne bovina no cardápio é uma contribuição importante para diminuir as emissões que causam o aquecimento global. Isso não quer dizer que é preciso dispensar totalmente o consumo de carne bovina. Basta substituí-la por outros tipos de carne ou reduzir a quantidade de consumo e você já dará a sua contribuição ao meio ambiente.

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