Comentário Akatu: Inovações tecnológicas podem ser ferramentas efetivas para a transição para uma sociedade mais sustentável. Mas é importante lembrar que é preciso também inovar nos padrões de produção e de consumo para que seja possível alcançar o bem-estar desejado pela sociedade com um uso muito menor de recursos naturais do que o atual. Hoje, já consumimos e descartamos 50% mais recursos naturais renováveis do que o planeta é capaz de regenerar e absorver. Necessitamos, ao mesmo tempo, de uma produção mais responsável e de um consumo mais consciente.
A japonesa Seiko Epson acaba de anunciar uma máquina capaz de fechar o ciclo de vida do papel usado em escritórios. Ela permite a reciclagem de documentos que iriam para o lixo ou para um reciclador externo, com ônus para a empresa. O equipamento quebra o papel em fibras longas, que são reagrupadas e coladas por agentes químicos. Finalmente, elas são prensadas a alta pressão. O sistema produz papel de impressão “novo” em apenas três minutos, a um ritmo de 14 páginas por minuto e 6.720 páginas numa jornada de oito horas. A Epson pretende promover o produto junto a instituições que lidam com documentos sigilosos, como bancos e órgãos governamentais, e que pagam caro para que eles sejam destruídos com segurança.
A Adidas está desenvolvendo um tênis que utiliza exclusivamente plástico retirado dos oceanos como matéria-prima. A empresa anunciou em Paris, durante a COP-21, que já conseguiu incorporar o resíduo à parte superior do calçado, que é tricotada, e a entressola (parte que fica entre o solado e a palmilha), impressa em 3D. A marca espera lançar o produto feito com 100% de plástico reciclado em tiragem limitada no ano que vem. Outros produtos da empresa, inclusive roupas, deverão começar a incorporar o plástico oceânico.
Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram uma máquina de lavar roupas capaz de reciclar até 95% da água servida. Ela incorpora um filtro aos equipamentos já existentes para separar a sujeira e o sabão da água, que pode ser reutilizada nas lavagens seguintes inúmeras vezes, por até seis meses. Batizada de AquaFresco, ela foi criada por Saha Huan, Alina Rwei e Chris Lai que perceberam que os modelos convencionais necessitam de 76 litros de água para remover um volume ínfimo de sujeira. Inicialmente eles propõe que o novo sistema seja adotado por hotéis e outros estabelecimentos que lavam enormes quantidades de roupas diariamente. O produto foi um dos finalistas do MIT Water Innovation Prize, prêmio que promove a eficiência hídrica.