Comentário Akatu: a poluição dos oceanos por plásticos, descartados de maneira incorreta e em grande volume, é nociva para a vida marinha e, consequentemente, às pessoas. Ao mesmo tempo em que aparece como provável vítima no final da cadeia alimentar, o homem está também no início da fila, já que a exploração do petróleo para a fabricação do plástico é atividade humana. A solução do problema passa pelo consumo consciente, que considera importante planejar as compras, para consumir apenas o necessário, reduzindo a geração de lixo, e mantendo, ainda, a preocupação com o destino final dos resíduos.
A fundação holandesa Ocean Cleanup anunciou que começou a testar um protótipo do sistema de limpeza de plásticos nos oceanos.
A tecnologia foi criada há três anos pelo holandês Boyan Slat, que hoje tem 22 anos de idade. A ideia surgiu quando ele mergulhou em um praia na Grécia e percebeu que havia mais plástico do que peixes no mar. Em fevereiro de 2013, Slat resolveu deixar o curso de Engenharia Espacial para fundar a Ocean Cleanup.
Trata-se de uma barreira flutuante que aproveita as correntes marítimas para juntar resíduos e facilitar a remoção. Segundo a fundação, o sistema conseguiria limpar metade da Grande Mancha de Lixo do Pacífico em 10 anos – algo que os métodos convencionais levariam milhares de anos para conseguir.
O protótipo foi instalado no Mar do Norte, a 23 quilômetros da costa holandesa, onde ficará durante um ano. O objetivo é testar como ele se comporta no clima extremo do meio do oceano. Sensores irão captar movimentos e o sistema irá permitir aos engenheiros desenvolver um sistema resistente a condições severas de clima.
Boyan Slate entrou para a lista dos 20 Mais Promissores Empreendedores do Mundo, do EYE50, da Intel, em 2013, e foi vencedor do prêmio Champion of the Earth, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), em 2014. O sistema da Ocean Cleanup ganhou o Design Award da Fast Company´s Innovation 2015 e entrou para a lista das 25 melhores invenções de 2015 da revista TIME. Assista a seguir o vídeo da apresentação de Slat (em inglês) no TEDx 2014 em Nova York, nos Estados Unidos.
Buscar soluções tecnológicas para retirar os plásticos dos oceanos é importante, já que todo o ecossistema marinho está prejudicado por essa poluição – e todos dependemos dos oceanos, que fornecem alimentos, regulam o clima, absorvem o gás carbônico, devolvendo oxigênio à atmosfera.
Mas, antes de mais nada, é preciso diminuir a produção de resíduos. A geração de resíduos é um indicador muito representativo do nível de produção e consumo e, em muitos casos, também de desperdício. É importante manter em mente que o resíduo do nosso consumo é apenas uma parte, e bem pequena, do total dos resíduos gerados durante o processo produtivo de cada produto, desde a extração, processamento, armazenamento e venda. Por isso, lembre-se: resíduo bom é aquele que não é gerado.
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