Existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo e, no Brasil, mais de 1.600 espécies já foram identificadas, de acordo com o relatório de espécies nativas do Ibama. Apesar de serem pequeninas, elas têm um papel fundamental para o meio ambiente e para a humanidade. Neste dia 20 de maio, celebramos o Dia Mundial das Abelhas, ótima oportunidade para valorizarmos a contribuição desses insetos polinizadores na conservação da diversidade vegetal e, consequentemente, na promoção da segurança alimentar.
As abelhas e outros polinizadores, como moscas, borboletas e mariposas, estão cada vez mais ameaçados pela ação humana: pela destruição de habitats, pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, pelas alterações climáticas e pela proliferação de espécies invasoras. Estima-se que mais de 10 milhões de abelhas morreram em seis municípios do Rio Grande do Sul em outubro de 2021, de acordo com a Câmara Técnica da Apicultura Gaúcha. E 500 milhões de abelhas morreram em quatro estados brasileiros no período de três meses em 2019, de acordo com o levantamento da Agência Pública.
A redução de áreas verdes e florestais, por meio do desmatamento, de queimadas ou da urbanização descontrolada, significa menos habitats naturais, menos plantas e flores na natureza. Assim, as abelhas não têm de onde extrair seus alimentos. E, sem se alimentar, deixam de polinizar outras plantas, ou seja, deixam de impulsionar a frutificação e a reprodução das plantas, em um ciclo que pode levar da extinção de espécies a prejuízos para a agricultura e para a produção de alimentos no mundo.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), cerca de 90% das espécies de plantas com flores silvestres, 35% das terras agrícolas globais e 2/3 das safras alimentares (ou 66% delas) dependem total ou parcialmente da polinização de abelhas e outros insetos. A polinização, portanto, é essencial para a nossa segurança alimentar, além da saúde ambiental de ecossistemas e a preservação da biodiversidade.
Faça a sua parte!
Com simples atitudes relacionadas ao consumo consciente podemos cuidar e preservar as abelhas para que elas continuem atuando a favor da natureza e do nosso bem-estar. Saiba como:
- Não precisa ter medo: elas só reagem ao se sentirem ameaçadas. Se uma abelha aparecer em sua janela ou no seu caminho, permita que ela vá embora.
- Crie um jardim no quintal ou varanda com flores e plantas que forneçam pólen e néctar para atrair abelhas, pássaros e outros polinizadores. Se não houver espaço suficiente, incentive a implementação de um jardim no seu condomínio ou na praça do seu bairro.
- Prefira comprar mel de pequenos produtores, o que contribui para a manutenção dos polinizadores. Eles costumam ter um cuidado maior com as abelhas, produzindo de acordo com a capacidade natural delas.
- Na hora de comprar alimentos, dê preferência aos orgânicos sempre que possível. Evite ao máximo o consumo de alimentos cuja produção está associada ao uso de agrotóxicos (isso é bom para as abelhas e para a sua saúde).
- Você também pode apoiar iniciativas e campanhas em prol da preservação dos polinizadores. Conheça a Be Or Not To Be, SOS Abelhas Sem Ferrão e Salva as Abelhas.
- Se quiser ir além, cultive uma colmeia de abelhas sem ferrão, consideradas dóceis. Porém, é necessário respeitar a biologia, entender as suas necessidades e a legislação local. Confira dicas de como fazer isso.
Para mais dicas de consumo consciente e biodiversidade, consulte o guia digital Primeiros Passos!