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04.12.15 às 18:08

Terra perdeu um terço das terras cultiváveis em 40 anos

Ritmo de degradação do solo é maior do que a capacidade de regeneração

Comentário Akatu: Todos nós dependemos da exploração dos recursos naturais. Sem controlar a maneira de utilizar esses recursos, como o solo, não haverá a renovação sustentável dos mesmos, impactando negativamente nos meios de subsistência das pessoas, na dinâmica das economias que tiram seu sustento dos ecossistemas e até mesmo na segurança alimentar e nutricional de todo o planeta. É importante também que o consumidor, ao comprar um produto tenha o conhecimento de que sua escolha de consumo, mesmo individualmente ou em pequenos grupos, provoca impactos significativos não só no meio ambiente, mas também nos indivíduos, na sociedade e na economia. Use seu consumo como instrumento transformador da realidade em uma direção crescentemente sustentável.

O uso abusivo de fertilizantes e dos arados destruiu 33% das terras cultiváveis ao longo das últimas quatro décadas, num ritmo que suplanta em dezenas de vezes a capacidade de regeneração do solo. É um quadro que pode ser “catastrófico” para a agricultura de escala industrial, segundo pesquisadores do Grantham Centre for Sustainable Futures, da universidade britânica de Sheffield. Eles divulgaram no dia quarta-feira (2/12) estudo a respeito, durante COP 21, em Paris. Trata-se de uma revisão da literatura científica dos últimos 10 anos.

“O solo é perdido rapidamente, mas leva milênios para ser substituído, e isso representa uma das maiores ameaças globais à agricultura”, comentou um dos autores do trabalho, Duncan Cameron, professor de Biologia de Plantas e Solo. “A formação de 2,5 centímetros de solo superficial leva cerca de 500 anos nas condições agrícolas convencionais”.

O estudo sugere uma estratégia de substituição da agricultura intensiva por modelos agrícolas tradicionais, com menos irrigação, aragem e consumo de energia. Ele fala também na necessidade de rotações no uso do solo, alternado a sua ocupação pela agricultura e a pecuária. Propõe, ainda, a reciclagem do esgoto doméstico para que o excremento humano seja utilizado como fertilizante orgânico.  “Um modelo sustentável de agricultura intensiva poderia combinar lições de História com os benefícios da biotecnologia moderna”. No caso, ele faz referência à seleção de cultivares capazes de prescindir de fertilizantes químicos e de estabelecer simbioses produtivas com os microrganismos presentes no solo.

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