A maioria dos brasileiros está endividada. As dívidas estão sob controle para 53% dos entrevistados, que declaram que vão pagar as contas atrasadas, enquanto um terço da população (28%) está com as contas no vermelho, isto é, declaram que não irão pagar a dívida no momento. Somente uma minoria (19%) afirma que consegue poupar, segundo levantamento da empresa de pesquisas de mercado Quorum Brasil, realizado em maio de 2017, em todas as regiões brasileiras.
No grupo pertencente às classes C e D, há um percentual acima da média de pessoas com contas no vermelho (31%). A maioria está com dívidas, mas sob controle (54%), e 15% desse público consegue poupar dinheiro.
Na classe B, 25% estão com as contas no vermelho, 54% estão com dívidas, mas sob controle, e 21% conseguem poupar. Na classe A, o percentual de pessoas que estão no vermelho é um pouco menor, de 20%, enquanto 47% têm dívidas sob controle e 33% poupam dinheiro.
Apesar do endividamento, a maioria da população é otimista e acredita que irá quitar suas dívidas no ano (61%). Apenas 8% afirmaram que não vão conseguir pagá-las em 2017.
As principais dívidas dos entrevistados são relacionadas ao cartão de crédito (58%), às contas de consumo (42%) e aos bancos (32%). A prioridade de pagamento das dívidas vai para as contas de consumo para 39% dos entrevistados.
Quando a situação aperta e não é possível pagar todas as contas e despesas do mês, muitas pessoas recorrem ao crédito bancário, isto é, tomam um empréstimo do banco. Esse crédito pode ser útil para realizar uma compra importante e/ou inadiável. Mas essa escolha deve ser feita com consciência e planejamento, pois os juros podem levar a um endividamento tipo “bola de neve”, que vai piorando com a incidência e o acúmulo da taxa de juros. Ao entrar na espiral negativa dos juros, a dívida pode trazer problemas familiares.
Dívidas e problemas de relacionamento
As dívidas atrapalharam o relacionamento para 27% dos homens entrevistados, sendo que para 16% elas até uniram mais o casal. No caso das mulheres entrevistadas, 19% disseram que as dívidas causaram um aumento de discussões em casa e 14% percebeu o aumento da união do casal.
O endividamento descontrolado pode ser evitado se houver reflexão e planejamento sobre os hábitos de consumo e a vida financeira. Evitar as compras por impulso é o primeiro passo.
Somos bombardeados diariamente com propagandas e promoções, que nos induzem ao consumo. Mas é preciso pensar sobre o que motiva essa compra: uma real necessidade ou um desejo impulsivo?
Antes de fazer a compra, pense se há alternativas a ela, como reaproveitar algo que já tenha em casa, fazer uma troca com alguém, pegar um item emprestado ou reformar algo que você já tem.
Também é bom lembrar que essa pergunta se aplica tanto aos bens duráveis quanto aos não duráveis, como alimentos. É muito comum encontrarmos um alimento em promoção ou com uma ótima aparência e nos sentirmos tentados a comprá-lo, mesmo que não tenhamos certeza sobre quando vamos consumi-lo. Por isso, antes de ir à feira ou ao mercado, é indispensável fazer um planejamento do cardápio da semana e dar uma boa checada no que sobrou na geladeira e na despensa.
Também é importante pensar sobre as formas de pagamento. Vai comprar à vista ou a prazo? Muitas vezes, são oferecidos descontos se a compra for feita à vista – aproveite isso, se for possível. É importante estar seguro de poder pagar as prestações em dia, sem que isso venha a sacrificar o atendimento de outras necessidades, caso resolva parcelar.
Não olhe apenas a prestação, mas o preço final parcelado. Muitas vezes, com o valor final daria para comprar até três do mesmo produto. Isso quer dizer que você vai trabalhar muito mais para comprar a mesma coisa. Assim, só parcele ou tome emprestado se você realmente precisar.
Se não for possível comprar à vista e for comprar parcelado, é importante analisar não só o tamanho da prestação e se ela cabe no seu bolso, mas também olhar as taxas de juros do crediário, do cartão de crédito ou do cheque especial.
Vale a pena gastar esse dinheiro nesta compra mesmo? Avaliar o custo/benefício do que vai comprar também é importante. Não se esqueça que o dinheiro é um fruto do seu trabalho e, portanto, do uso de seu tempo.
Aplicativos ajudam a controlar o orçamento
Há diversos aplicativos para celular que ajudam a gerenciar o orçamento. Ao registrar e analisar os seus recebimentos, gastos e dívidas, fica mais fácil se planejar. Veja a seguir alguns exemplos de apps de controle financeiro pessoal:
GuiaBolso Controle Financeiro:
Disponível para Android e iOS
Minhas economias:
Disponível para Android e iOS
Mobilis – Controle Financeiro e Planilha de Gastos:
Disponível para Android e iOS
Imagem: Getty Images