Com a mobilização de todos – indivíduos, empresas e governos –, podemos tirar o país do ranking dos maiores produtores de resíduos urbanos do planeta. A Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2020, realizada por Akatu e GlobeScan, mostrou que 85% dos brasileiros entrevistados querem reduzir muito seu impacto negativo no meio ambiente. E ampliar nossos esforços para diminuir a geração de resíduos ao mesmo tempo em que melhoramos nossos índices de reciclagem é um ótimo começo.
Após 10 anos da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, tivemos avanços em questões como coleta seletiva, que aumentou de 56,6% para 73% das cidades do país, e no incentivo à logística reversa. Mas os índices de reciclagem permanecem em patamares inferiores a 4% na média nacional, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Juntos, podemos fazer muito mais.
Vamos reciclar mais vidros!
Um pote ou uma garrafa de vidro pode levar até 1 milhão de anos para se decompor na natureza. E nós não temos esse tempo todo, né? Estima-se que todos os anos o Brasil descarte aproximadamente 1 milhão de toneladas de vidro e 47% seja reciclado, de acordo com dados do Cempre. Isso significa que 530 mil toneladas de vidro são descartadas e acabam em lixões, aterros ou até mesmo no meio ambiente. Esse total não reciclado equivale, em peso, a incríveis 980 milhões de potes de palmito (550g), o mesmo que o peso de mais de 36 Torres de Pisa (Itália).
– Sempre separe potes, garrafas e outras formas de vidro para a coleta seletiva
– Se o vidro quebrou, envolva em um papel, para não machucar quem manuseia seu lixo, e escreva em letras grandes que ali contém vidro quebrado
– Decore: a cor da lixeira que recebe vidros é verde!
Vamos reciclar mais plástico!
Uma embalagem plástica pode levar até 450 anos para se decompor. Por isso, pense várias vezes antes de descartar uma garrafinha em locais inadequados. Em 2018, geramos um total de 3,4 milhões de toneladas de resíduos plásticos pós-consumo no Brasil. E somente 22,1% foram reciclados. Isso significa que mais de 2,6 milhões de toneladas de plástico foram descartadas de forma errada. O que equivale ao peso de astronômicos 1,26 bilhão de garrafas PET de 2 litros cheias ou ao peso de 5 edifícios Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, com 163 andares.
– Use sacolas retornáveis em vez de sacolas plásticas ao fazer as compras
– Na hora de pedir comida via delivery, escreva nas observações quando não precisar de itens como talheres, pratinhos e temperos
– Evite plásticos de uso único, como cotonetes, canudos e talheres. Dê preferência a itens reutilizáveis e recicláveis
– Separe todos os plásticos para a coleta seletiva.
– Lembre-se: a cor da lixeira que recebe plásticos é vermelha!
Vamos reciclar mais papel!
O papel tem a celulose como matéria-prima e, por sua origem orgânica, leva menos tempo para se decompor na natureza em comparação a outros materiais: de 3 a 6 meses. Mas ele também pode (e deve!) ir para a reciclagem. Em 2019, o Brasil consumiu 7,4 milhões de toneladas dos principais tipos de papel (impressão, embalagem e cartão) e reciclou 66,9%. É uma taxa significativa, mas o que deixamos de reciclar equivale, em peso, a mais de 1 bilhão de pacotes de 500 folhas sulfite A4 ou ao peso de 100 Estátuas da Liberdade (EUA)!
– Verifique se o papel que você usa é certificado, feito com madeira de reflorestamento
– Use os dois lados de uma folha de papel ao escrever ou ao imprimir. Use as páginas de um caderno ao máximo
– Substitua o guardanapo de papel por guardanapo de pano
– Papéis, cartolinas, cartões e caixas de papelão sem sujeira orgânica devem ser destinados à reciclagem no lixo seletivo.
– A cor da lixeira que recebe papel é azul!
Vamos reciclar mais caixas cartonadas!
Não é à toa que as caixinhas cartonadas de leite e de suco também recebem o nome de “longa vida”. Embalagens desse tipo podem levar até 100 anos para se decompor na natureza. E o Brasil pode evoluir muito mais na reciclagem desse tipo de embalagem composta por papel, alumínio e plástico. Em 2019, o país descartou 259 mil toneladas de caixas cartonadas e somente 31,1% foram recicladas. O total não reciclado é equivalente, em peso, a 165 milhões de caixas de 1 litro de leite cheias ou ao peso de quase 18 Torres Eiffel (França).
– Consuma o produto até o final, dê uma limpadinha na caixinha e destine para a reciclagem.
– Apesar de ter vários materiais, a lixeira mais indicada é a azul, junto com outros papéis!
Vamos manter a reciclagem do alumínio lá no alto!
Quando o assunto é reciclagem de alumínio, em especial latinhas, a história muda: o Brasil passa a ser exemplo mundial. Nossos índices chegam a 98% de reciclagem de latinhas, graças às propriedades físicas do material, ao seu alto valor de mercado e a uma cadeia de reciclagem que envolve mais de 800 mil catadores — é na latinha que eles têm a oportunidade de lucrar mais. Estima-se que só a fase de coleta de latas renda R$ 1,2 bilhão à economia brasileira. E para que essa boa taxa de reciclagem se mantenha, precisamos continuar fazendo a nossa parte.
– Separe as latinhas e faça a destinação adequada na lixeira dos seletivos
– Você pode acumular uma quantia de latinhas e vender ou doar para catadores ou cooperativas
– A cor da lixeira que recebe o alumínio é a amarela!
Para dicas sobre como reduzir a geração de resíduos e outras informações sobre descarte adequado e reciclagem, clique aqui.