A consciência do consumidor mobilizado para usar seu poder de compra na construção de um mundo mais sustentável costuma esbarrar na realidade. Com algumas exceções, o consumidor não tem informações suficientes para escolher produtos mais sustentáveis ou que tenham menor impacto negativo na sociedade ou no meio ambiente.
É certo que há selos que garantem, por exemplo, o manejo sustentável da madeira, a produção orgânica de alimentos ou o cultivo e a venda de café baseados nos princípios do comércio justo. O consumidor também tem a alternativa de buscar informações antes de sair às compras. Ele pode, por exemplo, procurar o que se diz sobre uma empresa ou um produto nas redes sociais da internet, ler relatórios de sustentabilidade divulgados pelas companhias ou acompanhar reportagens publicadas pela imprensa.
Entretanto, os rótulos ou etiquetas da grande maioria dos produtos disponíveis em lojas e supermercados silenciam em relação aos seus processos produtivos. O consumidor não tem respostas a questões como: qual foi a emissão de gases de efeito estufa na fabricação daquele produto? As empresas que fazem parte da cadeia produtiva respeitam as leis trabalhistas? Recursos valiosos como água e energia foram utilizados da maneira mais eficiente possível?
Na tentativa de preencher essa lacuna, o Walmart decidiu enfrentar as dificuldades e a complexidade de oferecer no próprio produto as informações que o consumidor procura e deu a partida para a criação de um índice mundial de produtos sustentáveis. “Os clientes querem produtos que sejam mais eficientes, que durem mais e que tenham melhor desempenho,” disse Mike Duke, presidente e diretor-executivo do Walmart, ao anunciar a criação do índice. “E, cada vez mais, eles querem informações sobre todo o ciclo de vida do produto, para que se sintam bem em relação à sua compra. Eles querem saber que os materiais usados no produto são seguros, que ele foi feito corretamente e produzido de maneira responsável.”
A elaboração do índice acontecerá em três fases. Na primeira, já iniciada, o Walmart enviará um questionário aos cerca de 100.000 fornecedores em vários países onde a rede atua. São quinze questões, divididas em quatro temas:
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Energia e clima: reduzindo custos de energia e emissão de gases de efeito estufa
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Eficiência de materiais: reduzindo a produção de resíduos e aprimorando a qualidade
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Recursos naturais: produzindo matéria-prima com qualidade e extraída com responsabilidade
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Pessoas e comunidade: garantindo a produção ética e responsável
Na segunda fase, o Walmart financiará a criação de um grupo que reunirá universidades, fornecedores, varejistas, ONGs e governos para desenvolver, como informa a companhia, “uma base de dados mundial sobre o ciclo de vida de produtos, da matéria-prima até o descarte”. A intenção é desenvolver uma plataforma tecnológica aberta para alimentar o índice com os dados fornecidos por todas as empresas participantes.
A partir de todas essas informações surgirá a terceira fase, na qual será elaborado o índice de sustentabilidade. Esse índice será conhecido pelos consumidores na forma de uma graduação estampada nos próprios produtos vendidos pelo Walmart. O consumidor, então, terá essa informação disponível, de forma clara e simples, no momento em que escolher o que comprar. O índice deverá estar disponível, de acordo com estimativas do Walmart, entre dois e cinco anos.
“O Walmart está estabelecendo um novo marco na transparência sobre informações sociais e ambientais para consumidores. E, junto com os consumidores, está participando da construção de um mundo mais sustentável”, afirma Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. “Em todo o mundo, os consumidores estão buscando mais informações sobre produtos. As pesquisas mostram que, quando têm mais informações, 70% dos consumidores preferem produtos mais sustentáveis”.
O Walmart Brasil é parceiro do Instituto Akatu.
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