Uma pesquisa inédita da Rede Nossa São Paulo, lançada neste mês, mostra que a capital paulista é uma cidade hostil a LGBTs. O estudo chamado “Viver em São Paulo”, com foco em diversidade sexual, revela que cinco em cada dez paulistanos (cerca de 6 milhões) já presenciaram algum tipo de violência contra LGBTs. Essas agressões ocorrem sobretudo nos espaços e transportes públicos. Além disso, cerca de 3/4 da população acha que a Prefeitura faz pouco ou nada para combater a hostilidade contra o público LGBT. Segundo os pesquisadores, o resultado do estudo indica que é necessário haver um transporte mais seguro na cidade e que isso pode ser feito com mais campanhas e fiscalizações.
O estudo também aponta que quatro em cada dez paulistanos já vivenciaram ou presenciaram situações de preconceito de gênero ou orientação sexual em bares, restaurantes, shoppings, escolas, faculdades e comércios.
O apoio às demonstrações de afeto – como beijos e abraços – de pessoas do mesmo sexo em locais públicos é muito baixo. Segundo a pesquisa, apenas 22% dos habitantes de São Paulo são a favor, 43% são contrários e 30% são indiferentes.
Mas nem todos os resultados da pesquisa foram negativos. Cerca de 54% dos moradores de São Paulo são favoráveis à criação de leis de incentivo à inclusão dos LGBTs no mercado de trabalho, 53% aprovam pessoas transexuais e travestis adotarem o nome social, ou seja, o nome pelo qual preferem ser chamados(as) e 51% apoiam a adoção de crianças por casais homossexuais.
O estudo também criou o Índice de LGBTfobia, com o objetivo de classificar a população paulistana em relação à variação da favorabilidade sobre frases ligadas à temática. O resultado final é uma escala que varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 0, mais favorável é o respondente em relação aos temas LGBTs, e quanto mais próximo de 1 é o índice, mais contrário ele é). Na média, São Paulo alcançou o índice de 0,46 – o que representa que, de forma geral, o paulistano é “timidamente mais favorável” às questões LGBT.
No total, foram entrevistadas 800 pessoas. Clique aqui para acessar a pesquisa completa em PDF.
Equidade e consumo consciente
O combate à homofobia, ao racismo, à violência contra as mulheres e à discriminação de minorias precisa ser enfrentado com urgência. É importante que, individualmente, todos nós lutemos contra essas injustiças – inclusive no papel de consumidor. Consumidores conscientes, que pesquisam e se informam sobre as práticas de responsabilidade social empresarial na hora de escolher um produto ou serviço e preferem aquelas que respeitam a diversidade de gênero e de raça nas relações de trabalho, contribuem para que outras empresas também sigam na mesma direção. E mais: cada um de nós pode mobilizar amigos e familiares para agir dessa forma e, assim, expandir o impacto positivo desse comportamento, o que é da maior importância para a promoção de uma sociedade mais justa e com maior equidade.