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29.03.11 às 15:01

Mundo precisa investir 2% do PIB para ter uma economia verde, diz Pnuma

  Para dar início a um processo de construção de uma economia mundial mais verde, seria necessário destinar 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelos países) para o financiamento de tecnologias limpas que beneficiem os dez setores considerados fundamentais para o crescimento global sustentável: agricultura, água, energia, construção, indústria, resíduos, pesca, silvicultura, turismo e transportes. Hoje, este percentual gira em torno de 1,3 trilhão de dólares anuais. Este é o principal diagnóstico do relatório “Rumo a uma economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza”, divulgado na segunda-feira (21/02) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nairobi, no Quênia, durante o Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente. O evento, que se estende até o próximo dia 21, conta com a presença da Isabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente do Brasil. Segundo o documento, a verba deve contribuir para melhorar o bem-estar das populações, diminuir as desigualdades sociais e reduzir também os riscos de um colapso ambiental. Considerando que hoje 2,5 bilhões de pessoas vivem abaixo da chamada linha da pobreza (com gastos inferiores a dois dólares por dia), o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, defendeu […]
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Para dar início a um processo de construção de uma economia mundial mais verde, seria necessário destinar 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelos países) para o financiamento de tecnologias limpas que beneficiem os dez setores considerados fundamentais para o crescimento global sustentável: agricultura, água, energia, construção, indústria, resíduos, pesca, silvicultura, turismo e transportes. Hoje, este percentual gira em torno de 1,3 trilhão de dólares anuais.

Este é o principal diagnóstico do relatório “Rumo a uma economia verde: caminhos para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza”, divulgado na segunda-feira (21/02) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nairobi, no Quênia, durante o Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente. O evento, que se estende até o próximo dia 21, conta com a presença da Isabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente do Brasil.

Segundo o documento, a verba deve contribuir para melhorar o bem-estar das populações, diminuir as desigualdades sociais e reduzir também os riscos de um colapso ambiental.

Considerando que hoje 2,5 bilhões de pessoas vivem abaixo da chamada linha da pobreza (com gastos inferiores a dois dólares por dia), o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, defendeu o crescimento econômico. Mas chamou atenção para a necessidade de se manter as emissões de gases do efeito estufa num limite menos agressivo ao planeta. “Devemos avançar para além das polarizações do passado entre desenvolvimento e meio ambiente, Estado e mercado, e norte e sul”, disse.

Ainda de acordo com o relatório, as iniciativas adotadas beneficiariam não apenas os países desenvolvidos, mas principalmente os em desenvolvimento, já que “nessas localidades, em alguns casos, cerca de 90% do PIB estão ligados à natureza ou a recursos naturais como a água potável, que se quer preservar”.

Além disso, o estudo indica que, atualmente, o mundo gasta entre 1% e 2% do PIB global subsidiando atividades que, a médio e longo prazo, tendem a esgotar os recursos naturais, tais como o atual modelo de agricultura baseada em desmatamento e uso de agrotóxicos, pesca predatória e dependência de combustíveis fósseis. “Grande parte dessas ações contribui para intensificar os danos ambientais e ampliar a ineficiência da economia global e parte dos recursos necessários para os investimentos em soluções poderia vir do que seria poupado combatendo os desperdícios”.

Segundo o relatório, a transição para a Economia Verde envolve políticas e investimentos que desassociam o crescimento econômico do consumo intensivo de materiais e energia. Como exemplo, o estudo cita o Brasil, onde a reciclagem já gera retornos de 2 bilhões de dólares anuais ao mesmo tempo em que evita a emissão de 10 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.

O Pnuma espera que com o estímulo de políticas públicas nacionais e internacionais adequadas, novas vagas de trabalho serão criadas em atividades econômicas ligadas à produção de energia renovável e de agricultura renovável, ocupando os buracos deixados pelo esgotamento do atual modelo de produção. É o caso da pesca, setor em que, segundo o relatório, subsídios de pelo menos 27 bilhões de dólares fizeram com que a captura de pescados superasse em duas vezes a capacidade de reprodução.

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