Pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Walmart, apoiador estratégico do Akatu, em 11 capitais brasileiras mostra que 6 em cada 10 consumidores querem o fim das sacolas plásticas no varejo e até apoiariam uma lei que proibisse a distribuição gratuita dos saquinhos.
Segundo o levantamento, divulgado na quinta-feira (25/11), em São Paulo, a eliminação das sacolas plásticas tem o apoio de 60% da população das capitais, enquanto 23% são contra a proibição e 17% dos entrevistados não souberam opinar.
“Há uma ampla inclinação da sociedade para programas e políticas públicas que inibam o uso das sacolas plásticas” afirma Daniela di Fiori, vice-presidente de sustentabilidade da rede Walmart.
A rede concede descontos de R$ 0,03 para cada sacola não utilizada, valor que representa o custo da embalagem. A executiva revela que “a iniciativa de retirar a sacola das lojas foi mal recebida pelo cliente em uma primeira fase. Mas com o tempo, as pessoas começaram a aderir ao programa de redução de embalagens quando foi ofertado um desconto nas compras por sacola recusada”, conta.
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Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou do lançamento, objetivo do estudo é entender os hábitos dos brasileiros sobre consumo, lixo, reciclagem e sua percepção dos impactos nos problemas ambientais. “Para alcançar metas ambiciosas como a erradicação de lixões e melhor aproveitamento dos materiais hoje jogados fora é preciso conhecer os hábitos de consumo, descarte e, sobretudo, a disposição da população em aderir às políticas públicas contidas na Política Nacional dos Resíduos Sólidos”, disse a ministra.
Alternativas
Ainda de acordo com o estudo, 70% dos consumidores entrevistados, disseram que passariam a carregar suas compras em sacolas feitas de outros materiais com menor impacto ambiental e 22% optariam por transportar suas compras em caixas. Nas residências, no entanto, permanece a necessidade de uma solução para o descarte do resíduo doméstico: 47% das pessoas disseram que depositariam o material em lixeiras, latas ou latões, enquanto 21% usariam caixas, outros 21% não souberam dizer como acondicionar o lixo caseiro.
“Veja que esse dado revela certa perplexidade da população: ela aceita e apoia o fim das sacolas plásticas, mas acaba apontando soluções do passado. Precisamos avançar nas políticas públicas e dar alternativas para a coleta urbana”, comentou a secretária executiva do ministério Samyra Crespo.
Responsabilidade dos supermercados
Segundo o levantamento, os supermercados são vistos pela sociedade como um importante ator das ações de preservação ambiental.
Questionados sobre quais as ações mais importantes que estes estabelecimentos podem ou devem fazer a favor do meio ambiente, 27% dos entrevistados sugeriram não dar mais sacolinhas. Ter estações de coleta de resíduos recicláveis nas lojas foi apontado por 20% dos consumidores e comunicar quais os produtos que ajudam a preservar o meio ambiente e a saúde foi apontado por 16% dos entrevistados.
O levantamento foi feito pela empresa de pesquisas Synovate durante o primeiro semestre deste ano e ouviu 1.100 pessoas em 11 capitais: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam que cada brasileiro consome em média 800 saquinhos plástico por ano ou quase 153 bilhões de sacolinhas no país inteiro.
O plástico é feito de petróleo, portanto aumenta o aquecimento global, leva centenas de anos para se degradar na natureza e, descartado errado, vai entupir bueiros e tubulações de esgoto provocando enchentes. No lixão ou aterro sanitário, por impedir a circulação de gases, também atrapalha a degradação de outros materiais.
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