Coca-Cola, Kellogg, McDonald´s, Mondelez, Nestlé, e Univeler (apoiadores do Instituto Akatu), e também as empresas Ferrero, General Mills, Grupo Bimbo, Mars e PepsiCo reforçaram, no dia 12 de dezembro, um compromisso para divulgar publicidade de forma responsável para crianças. A iniciativa, que existe desde 2008, está renovando algumas diretrizes do programa.
Entre as novas regras estão a padronização dos critérios nutricionais dos produtos voltados para o público menor de 12 anos de idade; o monitoramento por meio da contratação da consultoria KPMG; e o aumento da restrição de audiência de público infantil, que passam a ser programas com audiência composta por 35% ou mais de crianças abaixo de 12 anos – antes era 50%.
As normas de nutrição foram baseadas no Critério de Perfil de Nutrientes para Publicidade Infantil da União Europeia, adaptados ao Brasil. Foram escolhidas sete categorias que contemplam alimentos e bebidas não alcoólicas produzidos ou comercializados pelas onze empresas participantes. Elas passam a adotar esse novo padrão a partir de janeiro de 2017, com um período de adaptação de um ano.
Não há punições caso as empresas não cumpram o compromisso, mas a KPMG será responsável por preparar um relatório anual para analisar se as práticas estão sendo respeitadas pelas empresas signatárias da autorregulamentação.
Esse assunto também está sendo debatido no Congresso Nacional brasileiro. Existem atualmente oito projetos na Câmara dos Deputados e cinco no Senado Federal que trazem restrições à publicidade dirigida ao público infantil. O projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, lançou, em novembro, o Caderno Legislativo: Publicidade Infantil, detalhando essas propostas legislativas. Clique aqui para fazer o download.
Consumo consciente começa na infância
A publicidade deve dialogar com a demanda do consumidor, especialmente das crianças, por bem-estar, mais do que pelo pretenso significado da compra e do uso de cada produto; por inovação na direção de um mundo mais sustentável, mais do que pela novidade em si. Trata-se de uma grande oportunidade para essas 11 empresas em fazer publicidade mais consciente.
Para alcançarmos um novo modelo de civilização, que valorize o bem-estar de todos mais do que o consumo em si, é primordial educar nossas crianças e jovens para a sustentabilidade e o consumo consciente, evitando o contato com propagandas enganosas e que estimulem o consumismo exagerado, especialmente de alimentos que não são saudáveis. Tal educação permitirá que a criança, ao se tornar uma pessoa adulta, possa fazer com consciência suas escolhas de consumo, com base no que é realmente importante para a vida dela e bom para a sociedade e para o meio ambiente.
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