A taxa anual de desmatamento na Amazônia aumentou 24%. É a maior dos últimos quatro anos. O estudo – divulgado no dia 5 de outubro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – faz parte do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). A pesquisa comparou os dados coletados de agosto de 2014 a julho de 2015, em relação ao período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014.
O levantamento mostrou que foram derrubados 6.207 quilômetros quadrados (km²) de floresta. No período anterior, o desmatamento chegou a 5.012 km². A taxa consolidada foi calculada com base em 214 imagens de satélite. Já a taxa estimada estava baseada em 96 imagens, selecionadas de modo a cobrir a área onde foram registrados mais de 90% do desmatamento no período anterior e também os 43 municípios prioritários para a fiscalização.
O Pará ainda é o estado que lidera o aumento do desmatamento na Amazônia Legal. A taxa para o estado subiu 14%, com uma supressão de 2.153 km² de floresta entre agosto de 2014 a julho de 2015. O instituto também alerta sobre as novas frentes de desmatamento, principalmente no Amazonas, como ao longo da Transamazônica e nas regiões dos municípios de Lábrea, Apuí e Manicoré. O desmatamento no estado subiu 42% entre 2014 e 2015. A taxa, que era de 500 km², foi para 712 km². Já no Mato Grosso a taxa de desmatamento subiu 49%, de 1.075 km² para 1.601 km². O Prodes computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso.
A meta no âmbito do Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia (PPCDAm) é chegar em 2020 desmatando menos que 4 mil km². Em 2004, quando o programa foi criado, o Brasil desmatou 27.772 km² de floresta da Amazônia Legal.
Consumo consciente
A destruição das matas nativas sem sua renovação sustentável tem um impacto negativo muito grande. Além disso, o desmatamento é uma das maiores fontes de emissão de GEE no Brasil. A maior parte de toda madeira extraída ilegalmente é vendida no próprio mercado brasileiro. Por isso, o consumidor consciente deve comprar apenas produtos e materiais de construção feitos com madeira certificada: aqueles que têm o selo FSC, ou o de madeira de reflorestamento. Essa simples atitude provoca impactos significativos não só no meio ambiente, mas também nos indivíduos, na sociedade e na economia. Use seu consumo como instrumento transformador da realidade em uma direção crescentemente sustentável.
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