A tarifa do transporte público da capital paulista é motivo de insatisfação para a maioria dos 1.512 moradores da cidade ouvidos pela pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) encomendada pela Rede Nossa São Paulo. Segundo o levantamento, 80% dos entrevistados se declararam totalmente insatisfeitos com o preço das passagens. Em 2009, 76% reprovaram esse valor.
Realizado entre 29 de novembro e 12 de dezembro de 2010 – antes do aumento da tarifa dos ônibus municipais de R$ 2,70 para R$ 3, em 5 de janeiro de 2011 – o levantamento ouviu 1.512 moradores da cidade, que deram suas opiniões, em uma escala de zero a dez, sobre 169 itens em 25 temas.
Ainda segundo a pesquisa, 16% consideraram as tarifas satisfatórias e os restantes 2% estavam totalmente satisfeitos. O item recebeu nota 3,6. Em 2009, a avaliação do paulistano foi menos pior (3,8 pontos).
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A nota média da avaliação da mobilidade urbana foi de 4,2 pontos. A avaliação do respeito ao pedestre pelos motoristas na cidade também recebeu 3,6 pontos. Outros aspectos mal avaliados foram a quantidade de ciclovias na cidade e a segurança no trânsito (3,7 pontos) e a qualidade das calçadas (3,9 pontos). A nota mais alta no tema foi para o tamanho da rede de metrô, com 6,2.
“A mobilidade urbana é uma das questões que mais impactam na qualidade de vida. Diversos indicativos já demonstraram que a solução para esse problema está no investimento na melhoria dos transportes públicos, no entanto, a prioridade nos investimentos públicos está sendo no transporte individual”, afirma Oded Grajew, coordenador da Rede Nossa São Paulo. “Só nas marginais, que é transporte individual, foram mais de R$ 2 bilhões, e a Prefeitura falava na aplicação de R$ 1 bilhão no Metrô, o que é preocupante”, analisa.
O Akatu produziu uma Cartilha de Orientação para o Uso Consciente do Transporte. Ela ajuda o consumidor a fazer escolhas mais sustentáveis mobilidade na hora de se deslocar pela cidade.
Meio Ambiente
O nível de satisfação dos moradores da cidade com os itens relacionados ao meio ambiente obteve nota média de 4,9 pontos. Em 2009, essa nota era 4,6, uma melhora de 0,3 pontos.
A pontuação mais alta, de 6,5, foi registrada no item sobre consciência e responsabilidade ambiental, ou seja, 45% dos entrevistados consideram satisfatório o seu nível de entendimento dos paulistanos sobre questões ligadas à preservação ambiental. Outros 38% se declararam totalmente insatisfeitos com a consciência ambiental dos munícipes e os restantes 17% afirmaram estar totalmente satisfeitos.
As notas mais baixas foram dadas para qualidade do ar, que recebeu 4,0 pontos e despoluição e preservação de rios, lagos e represas, que conseguiu apenas 3,9 pontos.
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Qualidade de vida
Em 2010, o nível de satisfação geral com a qualidade de vida na cidade subiu 0,2 pontos em comparação com os resultados de 2009, mas ainda assim, ficou abaixo da média, que é de 5,5 pontos. A nota passou de 4,8, para 5,0.
Para a maior parte dos entrevistados (47%), a qualidade de vida em São Paulo melhorou em 2010; 44% avaliaram o ano como estável e, para 9%, a qualidade de vida piorou no último ano.
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