Um novo sistema de mediação e certificação de pegada de carbono e água está disponível para empresas brasileiras interessadas em demonstrar os benefícios ambientais de seus produtos em comparação a competidores internacionais.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) será a responsável técnica pela operação deste novo sistema de certificação, criado por meio de um processo participativo que envolveu 20 grandes empresas brasileiras de diversos setores e que foi guiado pelo Carbon Trust (consultoria internacional de estímulo à economia de baixo carbono). A concepção e o desenvolvimento do sistema também contaram com apoio institucional do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil (MDIC) e financiamento do Prosperity Fund, da Embaixada do Reino Unido no país.
Este projeto implanta no mercado brasileiro um sistema para certificar e incentivar padrões sustentáveis de produção na indústria nacional, com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e no consumo mais eficiente de recursos hídricos. “O processo de medição e certificação da pegada de produtos permite que as empresas identifiquem pontos de ineficiência e busquem soluções para otimizar processos e melhorar sua reputação com clientes, reduzindo custos e a pegada de seus produtos, bem como os riscos aos quais estão expostas em toda a sua cadeia produtiva”, explica Antonio Carlos Barros de Oliveira, diretor de Certificação da ABNT. “Igualmente importante é a contribuição que este sistema e o novo selo darão para induzir ações que reduzam as emissões de GEE e o consumo de água da indústria brasileira”.
A capacidade de destacar o baixo impacto ambiental dos produtos brasileiros dará a essas empresas vantagens competitivas no mercado internacional. O sistema também trará vantagens para o mercado doméstico, permitindo que as empresas demonstrem suas vantagens em relação a produtos importados, que podem até ser mais baratos, mas frequentemente têm maior impacto ambiental em seus ciclos produtivos.
Em seu processo de construção, o projeto engajou empresas dos setores de alumínio, vidro, aço, cimento, químicos – como a Braskem, CSN, Saint-Goabin, Arcelor Mittal, Votorantim, Novelis, entre outras. Como resultado, desenvolveu-se uma metodologia robusta e simples para a medição de pegada de produtos, baseada em padrões com credibilidade internacional que permitirão que novas empresas certifiquem seus produtos a um custo baixo e obtenham vantagens comerciais.
“Pensamos no sistema como uma forma das empresas brasileiras otimizarem suas cadeias produtivas, levando em consideração as melhores práticas internacionais”, aponta Carlos Gadelha, secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC. “Ao medir os impactos de seus produtos, as empresas brasileiras poderão buscar mercados externos tradicionalmente mais exigentes em sustentabilidade dos produtos, como o Reino Unido e os países escandinavos”.
Mais informações no site da ABNT.
(Texto publicado originalmente no site da revista Página 22, da GVces)
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