São Paulo será a primeira cidade do Brasil a testar o ônibus movido a álcool, em ação ligada ao Projeto Best. O projeto é uma iniciativa internacional da Prefeitura de Estocolmo, na Suécia, que procura incentivar o uso de etanol em sistemas de transporte público urbano em várias cidades do planeta. No Brasil, o projeto é coordenado pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa (Cenbio) do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo.
Com isso, as entidades envolvidas pretendem conscientizar a sociedade e o poder público sobre as vantagens ambientais do etanol, um combustível menos poluente e mais barato que o diesel, comumente utilizado nos transportes públicos. De acordo com o Cenbio, o motor do novo ônibus reduz em 87% a emissão de hidrocarbonetos, 92% a de monóxido de carbono, e em até 100% a de óxido de enxofre e dióxido de carbono (um dos principais responsáveis pelo aquecimento global). Em média, um ônibus movido a diesel emite cerca de 28 gramas de CO2 por quilômetro percorrido. Com isso, é mais vantajoso que um carro popular movido a gasolina, por exemplo, que emite 178 gramas de CO2 pela mesma distância percorrida e tem menor potencial de transporte de pessoas por viagem.
No entanto, o principal problema é que o custo de operação do ônibus movido a álcool calculado pelo Cenbio é 6% a 7% mais alto do que os veículos que usam diesel. Essa variação ocorre porque, apesar de o etanol ser em torno de 50% mais barato (sem considerar a inclusão de aditivos), o consumo do combustível renovável neste tipo de ônibus é cerca de 60% maior em relação ao derivado de petróleo.
O ônibus movido a etanol passará a circular a partir de dezembro no corredor Jabaquara-São Matheus, na cidade de São Paulo, com 33 quilômetros de extensão, para a realização de estudos de viabilidade comercial da substituição de combustível.
Além de São Paulo, também participam do projeto Nanyang (na China), Madri e a região do País Basco (na Espanha), Roterdã (na Holanda), La Spezia (na Itália), Somerset (na Inglaterra) e Dublin (na Irlanda).
Com informações de Agência Fapesp.
Se você quiser seguir o Akatu no Twitter, clique aqui.