Comentário Akatu: O consumo excessivo de alimentos não saudáveis é uma das principais origens de problemas como a obesidade infantil. Em contraposição a essa realidade, a transição para um novo modelo de civilização, mais sustentável, tem como um de seus fundamentos justamente um estilo de vida mais saudável, que privilegie alimentos mais nutritivos. Adotar critérios mais conscientes para o consumo dos alimentos, como sua qualidade e origem, por exemplo, pode trazer uma série de benefícios para a saúde, a sociedade e para o meio ambiente, principalmente no caso de crianças e jovens. Isto não significa que produtos de indulgência como refrigerantes e outros não possam ser consumidos, mas sim devem ser consumidos com parcimônia, considerando a composição da alimentação como um todo e limitando tais produtos a serem fonte de prazer, sem permitir os efeitos nocivos sobre a saúde pelo excesso de ingestão de açúcar, gorduras e sódio, entre outros.
A fome na América Latina e Caribe está diminuindo. A afirmação foi feita no dia 3 de dezembro pelo Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe 2013, publicação realizada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Informações contidas no Panorama destacam uma redução em quase a metade do número de pessoas que sofrem com a fome na região.
De acordo com o representante regional da FAO, Raúl Benítez, “a América Latina e o Caribe é a região que obteve os maiores avanços na redução da fome, reduzindo a porcentagem de pessoas que sofrem com a fome à quase metade nos últimos 20 anos”. Além dessa redução, a região está muito próxima de alcançar a meta do milênio, que pretende reduzir à metade o número de pessoas com fome até o ano de 2015. Dos países da região, 16 já cumpriram o objetivo, dentre eles estão, Argentina, Chile, Venezuela, Cuba, São Vicente e Granadina e Barbados.
As razões para essa conquista, segundo afirma o Panorama, são várias: primeiramente, o visível crescimento econômico registrado na América Latina e Caribe (ALC), que impactou na redução da pobreza na região, porém esse crescimento por si só não ajudaria, foi preciso, também, o compromisso dos governos para enfrentar a fome e a pobreza. Iniciativas nacionais como o “Fome Zero”, no Brasil, e o programa de “Oportunidades”, no México; e o regionais como a “Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025”, permitiram que a luta contra a fome e a pobreza alcançasse resultados positivos.
É possível afirmar, com segurança, segundo o Panorama, que a combinação do crescimento econômico com o compromisso governamental culminou nesses resultados positivos apresentados. Além disso, políticas específicas, como o incentivo à agricultura familiar; os programas de alimentação nas escolas e a abordagem “em duas vias”, que mescla ações de longo e curto prazos, foram essenciais para a redução dos números da fome na ALC.
Fome x Obesidade
Na contramão da redução da fome, também foi registrado no Panorama um preocupante aumento no número de pessoas com sobrepeso. Atualmente, essa taxa (de sobrepeso) chega aos 23% dos adultos e 7% das crianças na idade pré-escolar. Além disso, há cerca de 3,8 milhões de crianças com idade inferior a cinco anos que sofrem com a obesidade. De acordo com o Panorama, na ALC, os países mais afetados pelo problema da obesidade estão no Caribe. São Cristovão e Névis, com 41%, seguido pelas Bahamas e Barbados, ambos com 33,4%, são as nações com maior índice de pessoas acima do peso saudável.
Outro dado preocupante apontado é o aumento da obesidade infantil, que cresceu em 13 países. O maior aumento foi registrado na Argentina, no Peru e no Chile. Segundo a publicação da FAO, há países que enfrentam os dois problemas, tanto o da fome como o da obesidade, podendo haver as duas situações no mesmo povoado ou até na mesma família, tal fenômeno é chamado de “Dupla carga de má nutrição”. Esse problema decorre da mudança drástica nos estilos de vida e dos padrões alimentares.
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