O Instituto Akatu, o Instituto 5 Elementos, a Reconectta e a Virada Sustentável premiaram ontem (23), em cerimônia realizada na UNIBES Cultural, em São Paulo, as cinco escolas que apresentaram os projetos mais inovadores dentro do “Desafio 2030: Escolas transformando nosso mundo”, ligados aos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que integram a Agenda 2030, formada por um conjunto de programas, ações e diretrizes que orientarão os trabalhos das Nações Unidas e de seus países membros rumo ao desenvolvimento sustentável.
Antes de o público, que lotou o teatro da Unibes Cultural, saber os nomes dos vencedores, ocorreu a 3ª Edição do Prêmio da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (ABRAPS), que contemplou profissionais que atuam em prol do Desenvolvimento Sustentável.
A iniciativa do Desafio 2030 teve como propósito reconhecer o trabalho desenvolvido nas instituições de Ensino Básico, por meio de projetos transformadores ligados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Em apenas duas edições, o Desafio 2030 já demonstra excelentes resultados, principalmente ao dobrar o número de escolas participantes – ano passado foram 27 e, este ano, 58. A soma de 42,8 mil alunos envolvidos é quase 3 vezes o número de alunos do ano anterior (16,4 mil). A participação de escolas públicas cresceu 264%, saindo de 11 projetos inscritos para 40 este ano.
“Os ODS são uma ferramenta pedagógica estratégica, pois permitem trabalhar com as questões relacionadas à sustentabilidade sob uma perspectiva transdisciplinar, enriquecendo as discussões e estimulando os alunos envolvidos na formação de um pensamento crítico. Parabéns a todos os participantes por toparem este desafio”, destaca Denise Conselheiro, gerente de educação do Instituto Akatu.
Dentre os 79 projetos inscritos, foram cinco vencedores, um de cada categoria de ensino: Infantil, Fundamental I, Fundamental II, Ensino Médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos).
“Sempre falamos que os jovens são o futuro, mas, na verdade, eles já são protagonistas dessa mudança e possuem conexão clara com essa agenda global, que é a agenda 2030, e com os objetivos de desenvolvimento sustentável. Por isso, é muito importante que essa agenda mundial esteja dentro das escolas”, comenta Edson Grandisoli, Diretor Educacional do Reconectta.
O vencedor da categoria Infantil foi a Garatuja Educação Infantil com o projeto “Todo Mundo Muda o Mundo”. A escola tem como objetivo trabalhar temas inspiradores para que alunos e pais se empoderem e propaguem exemplos de cuidado com a natureza, com os outros e consigo mesmos. “Há 18 anos entendemos que era um dever da escola falar em sustentabilidade e por isso eu agradeço, de coração, às empresas que atuaram nesse processo, às inciativas cada vez maiores nesse tema e às pessoas cada vez mais engajadas”, pontuou Ana Célia Mustafá, diretora da escola.
Para José David de Sousa, diretor da escola EMEB Professora Annita Magrini Guedes, vencedora na categoria Fundamental I com o projeto “Em busca de uma escola sustentável”, a principal pergunta para educadores é: que escola pública queremos para o futuro? “Na nossa escola não aceitamos professores, colaboradores, pais e alunos mais ou menos, a mudança é hoje. O que fazemos em nossa escola, desde 2013, quando começamos com uma horta, foi aprender juntos e, nessa jornada, começamos a entender o que é protagonismo. Tudo o que lembramos de nossas escolas foi aquilo que fizemos e não o que nos contaram. E é isso que nossa escola se propõe a fazer”.
O vencedor da categoria Fundamental II foi o “Projeto Integrador – Ações Sustentáveis Locais em prol do Rio Cotia”, do Instituto Sidarta, que habilita alunos a recuperarem a mata por meio de plantios, a produzirem alimentos orgânicos na horta e a reaproveitarem água com a construção de cisternas. “Agradeço a toda nossa equipe do Instituto Sidarta e aos alunos também, que ajudam a fazer o nosso rio reviver de modo que, no futuro, a gente também melhore o Tietê”, comentou Alan Lopes, professor de ciências humanas.
O penúltimo prêmio entregue foi para o Ensino Médio. O vencedor foi o projeto “Moradia e Comunidade”, do Colégio Santa Cruz, que amplia a consciência dos alunos para a cidade e as questões de moradia através do estudo, vivência e ações realizadas em 11 etapas. “Esse projeto tem muito significado porque, de fato, faz a escola estar para fora dela, dialogando com o mundo e falando de questões vividas por nós e por outros iguais a nós. São essas questões que precisam estar dentro da agenda da escola e que estão também dentro da cidade”, afirmou Beatriz Mello, coordenadora de ação social do Ensino Médio.
Por fim, o último premiado da noite foi da categoria EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o vencedor foi o projeto “Que as chuvas sejam sempre bem-vindas”, da ETEC de Heliópolis, que confeccionou um sistema de captação de água da chuva e reuso, buscando a solução para o problema de alagamentos. “Foi uma honra participar desse projeto que pensa no nosso futuro e no futuro das crianças, que nos faz pensar no próximo. É fundamental entregarmos aquilo que nós mesmos vamos ganhar no futuro, na nossa casa, no nosso mundo e na nossa moradia”, agradeceu o aluno Adilson Soares de Souza.