O governo dinamarquês lançou um pacote de medidas sem paralelo em outros países para universalizar o acesso da população aos alimentos orgânicos, respondendo ao grande interesse dos consumidores locais. São 67 iniciativas (que vão de programas educacionais ao apoio às exportações) e um investimento oficial da ordem de 400 milhões de krones (R$ 207 milhões) em 2015, com o objetivo de dobrar a área dedicada à agricultura orgânica no país até 2020, tomando como base o ano de 2007.
Essas medidas só vêm consolidar uma tendência forte há mais de uma década na Dinamarca. Não são poucas as evidências nesse sentido. Hoje, 40% dos alimentos servidos às tropas do Exercíto que são treinadas na porção oeste do país são orgânicos. O pacote federal pretende levar alimentos produzidos sem agroquímicos para a outra metade do país.
Entre 2010 e 2014, as vendas de frango orgânico aumentaram 26% no país, enquanto as vendas de frango convencional declinaram. E a expectativa do Det Danske Fjerkraeraad, a associação dinamarquesa das empresas desse setor, é que a venda de frango orgânico e derivados deverá subir do atual 1% para 12% do mercado até 2024.
A Dinamarca também ultrapassou a marca de mil cozinhas certificadas como sendo orgânicas, sendo que 65% destas pertencem ao poder público (hospitais, escolas e casernas, como mencionado anteriormente). Em 2012, elas eram apenas 138. Note-se, porém, que há diferentes níveis de certificação. Cozinhas enquadradas na categoria outro utilizam menos de 10% de ingredientes de procedência convencional. Na categoria bronze, no outro extremo, os ingredientes orgânicos representam de 30% a 60% do volume total. Na categoria intermediária, prata, os ingredientes orgânicos representam de 30% a 60% do total utilizado.
Texto publicado originalmente na revista Página 22
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