A escassez de chuva que vem levando o país a uma dependência cada vez maior da energia proveniente das usinas termelétricas fez com que o consumo de gás natural apresentasse, em março a maior demanda desde o início da comercialização do insumo no país, há 23 anos.
Dados do levantamento estatístico mensal da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), divulgado hoje (05), indicam que o consumo de gás natural registrou em março aumento de 2,5% na comparação com fevereiro. Em comparação a março do ano passado a alta é maior: 7,4%.
O consumo residencial também registrou em março crescimento significativo em relação a fevereiro: 21,9%, Quando comparado a março do ano passado, porém, este aumento é 6,2%. Já o segmento industrial continua em trajetória de retomada do crescimento, com um aumento de 5,3% quando comparado ao mesmo período de 2013. Em relação ao mês de fevereiro deste ano, no entanto, o aumento é de apenas 0,5%.
A Abegás sustenta que, “em virtude da atual situação hidrológica do país, com reservatórios muito abaixo dos níveis esperados para o período, as térmicas a gás continuam despachando para garantir o atendimento à demanda crescente por energia elétrica. Com isto, o segmento de geração elétrica apresentou aumento de 5,8%, na comparação com fevereiro de 2014 e 22,9%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Em março, o consumo de gás natural foi 2,76% em relação a fevereiro e 9,4% em comparação ao mesmo período de 2013. Já o consumo do gás natural veicular (GNV), destinado ao segmento automotivo apresentou retração de 3,7%, na comparação com fevereiro deste ano e 4,3%, em relação a março de 2013.
O levantamento da Abegás constatou, ainda, que o número de consumidores cresceu 9%, chegando a 2,4 milhões de clientes em todo o país. A região Sudeste concentra o maior consumo de gás natural, com uma demanda média diária de 51,6 milhões de metros cúbicos m3; seguida do Nordeste, com 10,1 milhões m3. A Região Sul consumiu 6,6 milhões m3 por dia; a Norte 3,4 milhões; e a Centro-Oeste 2,6 milhões m3 por dia.