Hoje, a fibra natural mais utilizada para a produção de roupas é o algodão e está em 35% das peças produzidas. Se o percentual for aplicado nas 80 bilhões de peças compradas anualmente, chega-se a um montante de 28 bilhões de roupas feitas de algodão. Para os próximos anos, a tendência é que a indústria da moda passe a utilizar mais algodão certificado com princípios socioambientais, o que vai provocar mudanças em toda a cadeia produtiva.
Essa tendência foi tratada em texto de 05 de janeiro para o Blog Ecoando, realizado pelo O Estado de S.Paulo em parceria com a Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), e que contou com a participação de Helio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu.
Grandes empresas já se comprometeram a comercializar mundialmente apenas roupas de algodão proveniente de cultivos orgânicos (sem uso de químicos e transgênicos) ou sustentáveis (com sementes geneticamente modificadas e uso racional de insumos, como a água). “Quando uma empresa como a C&A anuncia que vai trabalhar com matéria-prima sustentável, então precisará de produtores. Que, por sua vez, só se sentirão seguros a produzir caso as condições de preço e prazo forem compensadores”, argumenta Helio.
A sustentabilidade empresarial é um caminho sem volta e as empresas estão convictas de que cuidar do meio ambiente faz parte do negócio, afirma Mattar. “Se isso não acontece, o consumidor vai saber cedo ou tarde quais produtos são poluentes na produção, uso ou descarte. Com isso, as empresas não sustentáveis vão sofrer.”