O Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo (Selur) e a PwC divulgaram hoje, dia 30 de junho, um estudo sobre o Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU) feito em 1.721 municípios brasileiros. A análise da pesquisa foi baseada nas orientações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, e criou um termômetro onde aponta os problemas e soluções de cada local, caso a caso, com pontuação de zero a um. Os dados utilizados foram coletados na base de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Os critérios utilizados no estudo foram escolhidos por meio de interações estatísticas, com a mesma metodologia de cálculo utilizada pela ONU para o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os quatro itens analisados foram:
– engajamento do município (população atendida x população total);
– sustentabilidade financeira (despesas com a limpeza urbana x despesas totais);
– recuperação dos recursos coletados (material reciclável recuperado x total coletado);
– impacto ambiental (quantidade destinada incorretamente x população atendida).
Para os organizadores do estudo, o objetivo do ISLU não é ser um ranking de cidades limpas x cidades sujas. Os resultados dessa análise servirão de insumo para os gestores públicos e privados de limpeza urbana, assim como associações e a sociedade em geral, a tomarem as medidas necessárias a fim de atender as exigências da PNRS e fomentar um ambiente sustentável e saudável em seus municípios.
Região Sul é destaque positivo
Entre as dez cidades mais bem avaliadas do ISLU, todas são da região sul do Brasil e possuem uma característica comum: menos de 30 mil habitantes. A mais bem pontuada é Nova Esperança, no Paraná, com pouco mais de 27.700 moradores. Como um todo, o Paraná é um estado que se destaca no estudo, por seu pioneirismo em educação ambiental desde os anos 80 e conscientização popular, que impactam diretamente as conclusões da pesquisa.
No âmbito dos locais com mais de 250 mil habitantes, os paulistas se sobressaem, ocupando um terço das 20 primeiras posições do ranking, com boas pontuações em São José dos Campos, Santos, Campinas e Sorocaba. Com arrecadação econômica abaixo do necessário, a capital paulistana ficou com classificação C, considerada ruim. Porém, se atingisse sustentabilidade financeira para os seus gastos com limpeza da cidade, São Paulo teria a pontuação mais alta entre todas as capitais do país, passando para a classe B.
Mostrando que ser uma “cidade limpa” é um processo complexo e com muitas etapas, Brasília também está na faixa C da análise. Apesar de ter uma aparência limpa em suas ruas e avenidas, o Distrito Federal possui um enorme lixão, criando um imenso passivo para a saúde ambiental e pública de seus moradores. Com o descarte correto, Brasília estaria entre as 10 melhores cidades com mais de 250 mil moradores.
Situação precária na região Norte
Entre os 20 municípios com as piores avaliações, metade se encontra na região Norte. Em Rio Branco, no Acre, o ISLU aponta que elevar a coleta de resíduos em 15% é fundamental para que a capital passe para a classe B do estudo.
As conclusões do ISLU pretendem propor soluções para as cidades avaliadas e mostrar que ainda há um longo caminho a ser percorrido quando se fala sobre sustentabilidade da limpeza urbana. Há bons exemplos espalhados pelo Brasil, mas nenhum dos avaliados tirou a nota máxima.
Como o consumidor pode contribuir
O gerenciamento dos resíduos é um dos grandes problemas ambientais das cidades, especialmente as de grande porte. Iniciativas que reduzem o descarte inapropriado de lixo devem ser implantadas para melhorar o ISLU. Para orientar o consumidor, o Instituto Akatu indica seguir os 4R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar. REDUZIR significa consumir menos produtos e preferir aqueles que ofereçam menor potencial de geração de resíduos e tenham maior durabilidade. REUTILIZAR é estender a vida útil dos produtos, evitando que sejam descartados rapidamente. RECICLAR envolve a transformação dos materiais para a produção de matéria-prima para outros produtos. Também é importante REPENSAR, refletir sobre os seus atos de consumo e os impactos que eles provocam sobre você mesmo, a economia, as relações sociais e a natureza.
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