O mundo pode evitar custos financeiros e ambientais ao optar por uma economia de baixo carbono nos próximos 15 anos, afirmou no dia 16 de setembro, um grupo de especialistas antes da cúpula das Nações Unidas sobre o clima.
Copresidido pelo ex-presidente mexicano Felipe Calderon, o grupo pediu maior ação global para a adoção de energias renováveis, o fim do desmatamento e a integração da investigação sobre as tecnologias adequadas como parte do combate às alterações climáticas.
O relatório estima que os próximos 15 anos serão decisivos diante de uma economia mundial em plena restruturação e face à dificuldade de respeitar o objetivo de limitar o aquecimento global a 2 graus Celsius.
O estudo cita um investimento mundial de US$ 90 bilhões em infraestrutura nos próximos 15 anos, período em que é esperado rápido aumento da urbanização.
“Podemos usar esse dinheiro para prosseguir com o modelo atual, que produz grande quantidade de emissões de carbono, ou escolher um modelo diferente”, ressaltou Calderón aos jornalistas por meio de videoconferência.
Compensação
O documento mostra que ainda que os investimentos mais ecológicos representem US$ 270 bilhões de custos adicionais por ano, eles seriam compensados por outros custos mais baixos, como a diminuição das despesas com petróleo.
A ideia segundo a qual uma política para o clima traz demasiados prejuízos baseia-se “na incompreensão total das dinâmicas em jogo na economia mundial”, adianta o estudo. “[Essa ideia] tem como base a premissa de que as economias são imutáveis e que o futuro não é mais do que uma continuação das tendências passadas.”
Saúde e poluição
Segundo o relatório, os problemas de saúde e as mortes causadas pela poluição do ar são um dos principais entraves econômicos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma reunião de cúpula sobre o clima para o próximo dia 23, nas Nações Unidas, na esperança de preparar a próxima grande conferência mundial de Paris em 2015.
O relatório, escrito em conjunto com o economista britânico Nicholas Stern, apela igualmente à supressão progressiva das energias fósseis, assim como à reflorestação de 500 milhões de hectares de florestas e de terras cultiváveis até 2030.
Reportagem publicada originalmente pela Agência Lusa e republicada na Agência Brasil.
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