Comentário Akatu: Levantamentos como o realizado pelo programa do CDP ressaltam que as empresas e seus stakeholders passaram a reconhecer que é preciso criar formas de produzir que sejam sustentáveis em todas as etapas da cadeia. A inovação é o caminho para a permanência das corporações nesta nova sociedade e, ao mesmo tempo, a solução para seguirem competitivas no mercado. Cada vez mais, os consumidores conscientes de seu poder de escolha têm se mostrado os agentes capazes de transformar empresas e negócios, exigindo que produzam bens e serviços de forma mais limpa. Este novo comportamento e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento global e suas consequências ruins para o clima do planeta.
Um total de 38% de fornecedores de grandes empresas brasileiras acreditam que os impactos das mudanças climáticas nos negócios já podem ser sentidos ou começarão a ser percebidos nos próximos cinco anos – fato associado diretamente ao aumento no custo de operação e a redução da capacidade de produção.
Este é apenas um dos dados que o programa CDP Supply Chain Brasil 2012 trouxe à discussão na terça-feira, 26 de março, durante um evento na BM&F Bovespa, em São Paulo. A iniciativa é realizada pelo CDP, organização não governamental internacional que atua junto a investidores e empresas de todo o mundo para prevenir as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais por meio da alocação eficiente de capital.
O CDP Supply Chain Brasil faz parte de um programa global que permite que grandes empresas compradoras questionem e engajem suas cadeias de fornecimento a implementar estratégias para mitigar as mudanças climáticas.
Da porção global do programa, baseado em dados de 2.415 empresas, incluindo 2.363 fornecedores e 52 grandes empresas compradoras com poder de compra combinado de aproximadamente US$ 1 trilhão, foram extraídas as respostas dos 202 fornecedores brasileiros abordados por sete grandes compradores que são membros do programa no país: Bradesco e Braskem, que são apoiadores do Akatu, AES Eletropaulo, Fibria, Marfrig, Suzano Papel e Celulose e Vale.
Entre os dados levantados pela análise feita pela Accenture, parceira do CDP, destacam-se:
• 554 pedidos de informações foram enviados a fornecedores latino-americanos, sendo 413 brasileiros. 49% do universo brasileiro de fornecedores responderam ao programa, contra um índice global de respostas de 39%;
• 29% dos fornecedores brasileiros acreditam que os impactos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos devido às fortes secas ou inundações que afetam direta ou indiretamente todos os negócios, contra 25% que acham que tais impactos serão percebidos apenas daqui a 6 a 10 anos;
• 43% dos membros brasileiros investem para mitigar os riscos das mudanças climáticas por meio da redução de emissões. Por outro lado, apenas 13% de seus fornecedores que responderam ao questionário fazem o mesmo;
• Os 13% dos fornecedores brasileiros que reportaram investir na redução de emissões sinalizam economias monetárias de US$ 14 milhões;
• 63% dos respondentes identificam um risco relacionado às mudanças climáticas, atual ou futuro, com potencial de afetar de forma expressiva suas receitas ou negócios;
• 72% das empresas que investem em iniciativas de redução das emissões percebem que as mudanças climáticas representam um risco físico para suas operações, em comparação com 32% que não estão investindo em tais iniciativas.
“Sabemos que a cadeia de fornecimento é responsável diretamente pelo resultado de uma empresa. Estamos falando aqui de influências diretas em receita, qualidade do produto final, percepção do consumidor. Por isso, é extremamente importante que as grandes empresas não apenas invistam em mitigar seu impacto junto ao meio ambiente, mas também incentivem seus fornecedores a fazê-lo”, destacou Fernando Eliezer Figueiredo, diretor do CDP Brasil.
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*Foto: Fernando Figueiredo, diretor do CDP Brasil. Imagem – Divulgação.