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18.06.14 às 11:03

Na Copa, cidades-sede têm quiosques com produtos de agricultores familiares

Campanha Brasil Orgânico e Sustentável abre dez quiosques nas cidades-sede do Mundial
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Quiosque com produtos orgânicos de agricultores familiares no Rio de Janeiro que divulga os produtos durante a Copa do Mundo (Tomaz Silva/Agência Brasil)

 

Comentário Akatu: os impactos positivos de consumir produtos orgânicos vão além dos ganhos para a saúde e a nutrição. Quando o consumidor adota como critérios para a compra de alimentos não só o preço, mas também a qualidade, a origem e as informações sobre os impactos sociais e ambientais causados pelo produtor ou pelo fabricante, entre outros, pode trazer grandes benefícios também para a sociedade e para o meio ambiente. E essas pequenas mudanças nos hábitos cotidianos de consumo de cada indivíduo são essenciais para a transição para um estilo de vida mais sustentável.

 

Mais um quiosque com produtos orgânicos de agricultores familiares foi inaugurado ontem (17) no Rio de Janeiro e servirá para divulgar os produtos durante a Copa do Mundo. Ao todo, dez quiosques desse tipo serão instalados nas cidades-sede. E já estão funcionando em São Paulo, Manaus, Porto Alegre,  Salvador e Fortaleza. Os próximos serão inaugurados em Natal (dia 18), Brasília (19), no Recife (20) e em Curitiba (21). A iniciativa faz parte da Campanha Brasil Orgânico e Sustentável, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Na capital fluminense, o quiosque iniciará as vendas a partir de amanhã (18) até o dia 23, na Praça do Lido, em Copacabana, das 10h às 19h. Os turistas e moradores poderão encontrar café, mel, castanha-de-caju, queijos, sucos, vinhos, geleias, macarrão e arroz.

A agricultora Julenia e o marido alemão, Helmuth,  produzem café em Carangola, Minas Gerais, e integram o Centro Comunitário Rural de Conceição (CCRC). A associação trabalha com a Universidade Federal de Viçosa para conseguir o registro do produto no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O casal tem 10 mil pés de café plantados a uma altitude de 734 metros. “O pessoal que conhece café sabe que a partir de 700 metros [de altitude] é o ideal”, disse.  Ao todo, 434 famílias estão envolvidas na produção de vários tipos de café, desde o clássico até o gourmet, considerado especial pelos baristas.

Verônica Míriam cuida das vendas da Cooperativa Vida Natural (Coopernatural) no estado do Rio de Janeiro. A cooperativa, localizada no município de Picada Café, na Serra Gaúcha, reúne 32 famílias . “Nós temos doces em calda, geleias, sucos, vinho, mel, melado. É uma linha bem grande”. Verônica lembra que os agricultores estão fazendo também produtos sem açúcar, visando a atender às exigências do mercado e exportam melado para a Áustria e pretendem expandir as vendas para sucos.

Outro produto que pode se encontrado no quiosque é a cachaça artesanal, como da Cooperativa dos Pequenos Produtores de Cachaça de Alambique da Micro-Região de Salinas, no norte de Minas,  que tem 72 marcas da bebida. “As grandes marcas de cachaça do Brasil são de Salinas”, disse o produtor Sérgio Martins. Eles já conseguiram exportar para a Alemanha e para a China e se preparam agora para vender a cachaça de Salinas para o México, os Estados Unidos e o Canadá.

Já a Associação de Produtores Agroindustriais do Rio de Janeiro (AproRio) pretende inovar e começar, em agosto próximo, a venda direta em domicílio pela internet. Gilmar Carino, por exemplo, produz queijo de leite de vaca no município de Madalena, no interior fluminense, além de linguiça defumada, açúcar mascavo, pão de mel, doces em compota, frutas, cereais processados e guaraná.  “As pessoas que vierem aqui e demonstrarem interesse poderão se cadastrar e a gente vai fazer a entrega em domicílio. É uma maneira que a gente tem de ter um valor agregado maior, com preço menor para esse consumidor, sem ter o intermediário, que seria o ponto de venda”, explicou Gilmar Carino, integrante da associação.

A assessora técnica da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Telma Castello Branco, disse que a Copa será uma boa oportunidade para os produtores familiares apresentarem seu trabalho. “Estamos proporcionado espaços de divulgação para que os consumidores nacionais e estrangeiros conheçam os produtos e entrem em contato com as cooperativas, oportunizando negócios futuros”, disse.

Segundo a assessora, quem se interessar pelos produtos pode negociar direto com as cooperativas. “Nós não vamos intermediar. Eles vão ficar diretamente ligados. O objetivo é, realmente, promover e mostrar que a gente tem essa produção e que o governo apoia esses produtores familiares”, acrescentando que os pequenos agricultores são apoiados pelo Programa de Aquisição de Alimentos do ministério.

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