Com foco na agenda de ações para os próximos cinco anos, e visando alcançar o Brasil Sustentável em 2050, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) lançou a Plataforma Ação 2020, projeto inspirado no Action 2020, desenvolvido pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Ao longo desse ano, foram desenvolvidos uma série de workshops com as empresas e renomados especialistas que auxiliaram na construção de Must Haves (objetivos da sociedade) e participaram de discussões em torno de soluções de negócio, assim como na identificação de elementos impulsionadores que contribuam com o sucesso dessas soluções.
“A Plataforma online do Ação 2020 é o espaço em que tais elementos convergem, onde os desafios para 2020 e soluções de negócios estarão conectados e em constante evolução”, explicou Marina Grossi, presidente do Cebds.
De acordo com Paul Gilding, referência mundial em sustentabilidade corporativa e que palestrou no evento, chegamos num ponto em que os efeitos do negócio sustentável deverão impactar no processo de crescimento da economia global. A intenção é que a renda per capita mundial aumente em 300% até 2050, e para isso acontecer é necessário que se triplique os recursos econômicos e sustentáveis. “A liderança das empresas na prática sustentável é primordial, pois elas têm um papel poderoso no processo como um todo. Vivemos uma grande crise de liderança neste setor e nosso papel é diminuir esse vazio. Podemos gerenciar essa transição sem sofrimentos da população ou consequências econômicas graves para os países ou empresas”, afirmou.
As áreas prioritárias a serem trabalhadas pelo Ação 2020 são Mudança do Clima, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Segurança Alimentar, Água, Direitos e Necessidades Básicas, Emprego e Capacitação, e Produção e Consumo Sustentável.
Partindo da identificação dos objetivos da sociedade, mensuráveis e verificáveis (os Must-Haves) estabelecidos para cada um das áreas prioritárias, o projeto consiste na elaboração de um conjunto de ações empresariais (Business Solutions), condições e fatores viabilizadores (enablers) necessários, como políticas públicas, tecnologia e capacitação, a serem desenvolvidos até 2020, de modo que se alcancem os objetivos traçados.
Marina Grossi acredita que muitas ações já estão em andamento e agora o grande desafio é intensificar as parcerias com as empresas. “A prática tem que ser voltada para os negócios, essa é nossa principal mensagem. O Ação 2020 não é uma plataforma criada apenas para estimular o envolvimento das empresas, mas também para identificar onde poderemos contar com a participação do poder público e fazer com que todos os envolvidos no processo entendam o valor do trabalho compartilhado”, disse. São ações, a serem capitaneadas pelas empresas, para responder às urgências da sociedade em áreas prioritárias do desenvolvimento sustentável, buscando escala e velocidade na implantação de soluções.
Também participaram do evento Carlos Nomoto, diretor de desenvolvimento sustentável do Banco Santander; Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú-Unibanco e Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. Os três discutiram o futuro dos negócios e ações para um país sustentável. Para Denise Hills, “a falta de um modelo perfeito não pode ser desculpa para a inércia”, concluiu.
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