Em poucas palavras, a educomunicação propõe o uso de recursos tecnológicos modernos e técnicas da comunicação na aprendizagem através de meios de mídia. A prática é difundida pela ONU (Organização das Nações Unidas) e por Paulo Freire, que reforça a comunicação como essencial para o conhecimento. Rádio, games, vídeos, blogs, fotografia, projetos de entrevistas e reportagens são alguns dos recursos utilizados por estudantes e professores na prática da educomunicação.
Dentro desta perspectiva e utilizando exatamente esses recursos, o Edukatu, rede aberta e gratuita de aprendizagem para o consumo consciente do Instituto Akatu em parceria com a Braskem, estimula a comunicação em rede da comunidade escolar e o protagonismo de estudantes. Uma das formas é com a sugestão de atividades, como é o caso dos planos de aula e textos de apoio. A partir deles e de suas próprias experiências professores e estudantes refletem e geram conteúdo dentro e fora da plataforma. “A rede contribui com a educomunicação também quando grupos escolares criam projetos coletivos que unindo comunicação e educação, promovem mudanças sociais e ambientais na sua própria comunidade”, afirma Silvia Sá, gerente de educação do Instituto Akatu.
O Edukatu ainda por meio de vídeos, reportagens, planos de aula, atividades e jogos sugere diálogos dentro da plataforma, que são abertos e estimulam a criatividade e o protagonismo de seus usuários. O estímulo ao diálogo ameniza a hierarquia entre professores e estudantes dentro da comunidade escolar, colocando ambos como protagonistas do processo de ensino e aprendizagem.
Nova geração
Utilizar a tecnologia de forma pedagógica e reflexiva está relacionado também com a maneira como as últimas gerações usam os computadores. Produzir conteúdo e comunicar-se pelas redes sociais e sites faz parte do cotidiano dos estudantes de hoje, mas educar para a cultura digital também é fundamental para a Educação para o Século XXI, segundo a UNESCO. Os alunos já são protagonistas na criação de conteúdo e com o Edukatu são convidados a refletir sobre suas responsabilidades neste processo de autoria através da prática educomunicativa.
Foi o que aconteceu com os alunos da professora Rosiete Santos, da Escola Municipal Barão do Rio Branco, em Taquarana (AL). “Eles interagem muito durante os debates. O que não sabem, vão pesquisar e trazem depois para a sala. Tornaram-se muito participativos e envolvem-se mesmo! Hoje, meus alunos já propõem novas atividades e conteúdos”, conta.
Esse processo faz a comunicação ser muito mais próxima e dá destaque para o processo de criação ao invés do resultado final, além de ajudar na conexão entre as realidades vividas e os conteúdos trabalhados pela escola. “Meus alunos trazem, agora, para a sala de aula questões do dia a dia deles. Contam o que acontece em suas casas e no seu bairro. Estas conversas, que acontecem antes de pensarmos numa ação, são muito importantes e estimulantes”, afirma Rosiete.
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