Crédito: Creative commons/Ewan Munro
Comentário Akatu: a transição para estilos de vida sustentáveis tem como uma de suas bases a alimentação saudável. Adotar critérios conscientes para o consumo dos alimentos pode gerar uma série de benefícios positivos para cada indivíduo e também para a coletividade, por meio, por exemplo, da escolha de produtos vindos de locais mais próximos e, por isso, se mantendo mais frescos por mais tempo, além de estimularem a economia local e terem menor impacto negativo no seu transporte. A reportagem abaixo mostra um exemplo de iniciativa positiva da Organização Mundial da Saúde para adoção de refeições mais saudáveis em ambientes de trabalho, tendo como objetivo evitar o excesso de consumo de açúcar e gordura. Tal iniciativa está ligada à necessidade de combater o excesso de peso, que já atinge 52,5% da população brasileira, e a obesidade, que ating 17,9% da população adulta brasileira. Ao lado da prática de exercícios físicos, o cuidado no consumo de produtos que contêm açúcar, sal e gordura é essencial para uma vida saudável.
Com o objetivo de promover hábitos de vida mais saudáveis para seus funcionários, a representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil definiu uma nova política de alimentação para eventos realizados dentro do ambiente de trabalho.
A partir de agora, as refeições oferecidas pela organização em reuniões, seminários, conferências e demais eventos devem fornecer, prioritariamente, alimentos in natura ou minimamente processados.
Refrigerantes, sucos industrializados ou refrescos em pó e outros alimentos ultraprocessados não serão mais oferecidos. A diretiva determina ainda o estabelecimento de critérios para a contratação de serviços de alimentação que funcionem nas dependências da representação.
A iniciativa leva em consideração que o consumo de produtos com poucos nutrientes e muito açúcar, gordura e sal — como lanches e fast foods salgados ou açucarados —, o consumo rotineiro de bebidas açucaradas e a atividade física insuficiente são os principais fatores para o aumento de peso e obesidade, assim como para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.
O documento segue recomendações de grupos de trabalho sobre alimentação saudável, guias do Ministério da Saúde, OMS, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer, entre outros.
Alimentação saudável
Alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza, como folhas, frutos, ovos e leite.
Produtos minimamente processados são alimentos in natura que foram submetidos a alterações mínimas, a exemplo dos grãos secos polidos ou moídos na forma de farinhas, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
Já os alimentos processados (queijo, pães, geleias, frutas em calda) devem ser consumidos em pequenas quantidades e como ingredientes ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.
Os alimentos processados são produtos relativamente simples, fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar ou outra substância de uso culinário como óleo, a um alimento in natura ou minimamente processado.
Outro hábito essencial é evitar os alimentos ultraprocessados, que estão fortemente associados a sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Entre eles, estão vários tipos de biscoitos, sorvetes, misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçadas e aromatizadas.
Leia mais:
Brasileiro consome doces e refrigerantes em excesso, mostra estudo
Relatório Global de Nutrição: 44% dos países têm níveis alarmantes de desnutrição ou obesidade