Você sabe o que fazer com a segunda parcela do décimo terceiro? Essa renda extra é sempre um forte atrativo para as compras de Natal e as festas de final de ano. Mas também pode ser uma ótima oportunidade para colocar as contas em dia. “Minha sugestão é quitar as dívidas, principalmente aquelas em que não podem deixar para depois, como a dos juros do cheque especial e a do cartão de crédito com débito rotativo”, afirma Fábio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FVG) e da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP).
É preciso tomar muito cuidado com a alta dos juros, prevista para o ano que vem. De acordo com o relatório de mercado Focus do Banco Central (baseado em consultas a mais de 100 instituições financeiras no país), divulgado no dia 21 de novembro, a previsão é a de que a taxa Selic – juros básicos da economia – suba de 11,5% para 12% em 2015. Ou seja, deixar para quitar dívidas no próximo ano poderá pesar muito mais no bolso do que se imagina.
Mas, pelo visto, a maioria dos brasileiros já está se precavendo. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mais da metade dos brasileiros (68%) pretende usar o abono natalino para quitar dívidas. O número é 9,68% mais alto do que o registrado no ano passado. Já, por outro lado, apenas 11% dos entrevistados planejam usar o salário extra para comprar presentes – uma queda de 21% na comparação com 2013.
Se cada assalariado inadimplente usar o dinheiro do 13º salário para quitar débitos em atraso, sua escolha de consumo causará impactos positivos na nossa economia, já que, honrando compromissos financeiros, a sociedade contribui para a queda dos juros, a atração de novos investimentos e a geração de mais empregos.
Além de quitar dívidas, outra dica do professor Gallo é poupar. “Reserve uma parte do décimo terceiro para as despesas que vêm no começo do ano (como IPVA, IPTU, matrículas escolares etc). E outra parte pode ser guardada em um rendimento, como na caderneta de poupança ou em outra aplicação. Isso deve sempre estar no planejamento financeiro da família”.
E as compras de Natal? Segundo o especialista, deixe para o final da lista de prioridades. “Antes de correr atrás de presentes, pense no que vai comprar, quanto você pode gastar e se realmente vale a pena. Evite fazer novas dívidas ”.
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