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05.09.14 às 15:50

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: rumo a um futuro mais verde e inclusivo

Veja o que foi discutido no encontro realizado pela Rede Brasileira do Pacto Global, em São Paulo
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Agricultura sustentável é tema dos ODS. Crédito: Creative Commons/ Jennifer Dickert

 

São as grandes corporações que detêm a maior parte do PIB global. Por esta razão, acredita-se que devam ser elas as protagonistas na liderança em prol de uma economia mais verde e inclusiva. Todavia, as pequenas e médias empresas representam 90% das organizações no mundo e costumam estar à margem de incentivos para uma abordagem mais sustentável em seus negócios.

A afirmação é de Rebeca Rocha, coordenadora da Aspen Network of Development Entrepreneurs. “Vemos um gargalo de falta de apoio a essas organizações, mas o empreendedorismo tem um potencial grande em ajudar na redução da pobreza e na geração de renda”, disse.

Rebeca foi uma das moderadoras do debate que mobilizou 80 representantes de empresas brasileiras e de organizações da sociedade civil sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que após 2015 irão substituir os atuais Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) .

A consulta pública Diálogo Inclusivo, realizada pela Rede Brasileira do Pacto Global, em 27/08, em São Paulo, teve parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e a Internacional Finance Corporation (IFC – Grupo Banco Mundial).

Para Jorge Chediek, coordenador-residente da ONU no Brasil, os desafios precisam ser encarados como uma oportunidade de gerar valor com sustentabilidade. “A ONU reconhece que o setor privado é um ator central para o desenvolvimento: cria riquezas, gera empregos e desenvolve os avanços tecnológicos”, disse.

Um importante passo rumo a esta direção é a plataforma Arquitetos de um mundo melhor, lançada pelo Pacto Global, em 2013. A iniciativa internacional, que tem como objetivo mobilizar a comunidade empresarial para a adoção de práticas de negócios sustentáveis, já conta com mais de 10 mil signatários, empresas e organizações da sociedade civil, espalhados por mais de 140 países. “A plataforma traz uma orientação clara sobre como cada empresa pode contribuir de forma concreta com a caminhada da sustentabilidade, aliando suas estratégias de negócio com a responsabilidade, estabelecendo parcerias com governos e sociedade civil”, afirmou Jorge Soto, presidente da Rede Brasileira do Pacto Global.

Entre os painéis apresentados, um deles debateu a contribuição do sistema financeiro para a nova agenda de desenvolvimento global. Segundo Márcio Giannico, gerente no Banco do Brasil, os bancos já incluem em suas análises de riscos os chamados “fatores externos”, entre eles os ambientais. “Projetos ou empresas com elevados riscos socioambientais, derivados de problemas no passado, dificilmente terão financiamento”, ponderou.

Alguns participantes apontaram que, no entanto, ainda são necessárias mais políticas públicas de penalidades e/ou incentivo fiscal para favorecer o meio ambiente na equação risco-retorno das instituições financeiras.

Políticas públicas também são essenciais para impulsionar a sustentabilidade no setor privado. Ariel Pares, representante do Ministério do Meio Ambiente, citou alguns pontos fundamentais que precisam ser levados em conta: finanças sustentáveis, compras públicas sustentáveis, estímulos a relatórios de responsabilidade socioambiental e estímulos fiscais e de financiamento.

Outra questão levantada é o estímulo à criatividade e a inovação, além da necessidade no avanço de parcerias entre empresas, sociedade e governo. Requisitos básicos para estas parcerias são objetivos claros, indicadores, governança e horizontalidade.

Sobre as pequenas e médias empresas, tema do último painel do encontro, elas terão papel crucial no desenvolvimento. “Porque promovem inclusão social e econômica nos pequenos municípios”, afirma Júlio Durante, consultor do Sebrae SP. “As PME vão trazer a inovação, desde que tirem ideias do papel e estejam cercadas de pessoas boas. Se o produto for bom, as parcerias com a sociedade e o governo serão estimuladas”, complementou Carlos Souza, CEO da Veduca, companhia brasileira com foco na oferta online de cursos de educação superior.

As conclusões elaboradas pelos participantes do Diálogo Inclusivo, em São Paulo, serão enviadas ao escritório central do Pacto Global em Nova York, que assumiu a liderança internacional de dialogar com o setor privado no processo de construção dos ODS junto às Nações Unidas.

 

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