Comentário Akatu: a existência da escravidão é algo absolutamente ultrajante. Todo consumidor deve conhecer a história dos produtos que consome, para se certificar de que sua produção não envolve atividades injustas e irresponsáveis, como exploração de trabalho escravo, infantil ou devastação ambiental, por exemplo.
Diversas denúncias já mancharam os bastidores do mundo fashion: trabalho análogo à escravidão, condições insalubres, pagamentos miseráveis e até pedido de socorro enviado através da etiqueta da roupa. Em 2013, o mundo ficou chocado ao ver nas manchetes dos jornais que quase mil pessoas tinham morrido no desabamento de um prédio em Bangladesh. A grande maioria delas confeccionava peças para redes de lojas internacionais.
Para trazer esta realidade chocante para ainda mais perto das pessoas, um reality show da Noruega decidiu levar três jovens blogueiros de moda para passar um mês vivendo no Camboja. Não só eles dormiram em casas de famílias locais, mas também trabalharam em fábricas têxteis.
Sweatshop, Deadly Fashion, produzido pelo principal jornal norueguês, o Aftenposten foi considerado um experimento social. O título “sweatshop” se refere a como são chamados os lugares onde as pessoas destes países trabalham: ambientes minúsculos, sem janelas e ventilação, por isso sweat, suor em inglês.
Nos primeiros episódios, Anniken Jørgensen, Frida Ottesen e Ludvig Hambro encaram a aventura e depararam com a terrível vida de milhares de trabalhadores de países pobres que fabricam as roupas que vemos nas vitrines e eles noticiavam em seus blogs. como uma viagem turística à capital Phnom Penh. Mas logo, logo eles s
A série mostra, por exemplo, como o preço de uma peça bem simples pode ser o mesmo pago para o aluguel da casa de uma jovem cambojana da mesma idade dos blogueiros. Sokty, de 17 anos, recebe, em média, 3 dólares por dia de trabalho.
O trailer do reality show, originalmente em norueguês, mas com legendas em inglês, já viralizou na internet. Revela o que muitos de nós não enxergamos – ou fingimos que não, principalmente os amantes da moda. Por isso, o ideal é saber a procedência das roupas que você compra e não levar para casa peças de marcas envolvidas em denúncias.
Há ferramentas com as quais se pode checar se há trabalho forçado na fabricação de produtos. Para isso, é só acessar a página do Slavery Footprint e responder um questionário online, que analisa as condições em que se é fabricado tudo aquilo que temos no guarda-roupa e nos armários de casa.
Confira aqui o vídeo com o trailer do reality show norueguês que está bombando nas redes sociais.
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