Comentário Akatu: Eventos como as estiagens severas vêm ocorrendo com mais frequência nos últimos anos. Um exemplo é a seca do Rio São Francisco, mencionada na reportagem abaixo. Ela reforça a tendência de que a frequência continuará aumentando, o que sinaliza a relação de interdependência ao longo da história entre a ação humana e o impacto sobre os ecossistemas e o comportamento climático. Esse tipo de alteração climática pode ter muitas causas: poluição industrial, desmatamento, utilização de meios de transportes movidos a combustíveis fósseis, e energias geradas de forma poluente. Se os consumidores são parte da origem do problema, também são parte de sua solução. Por meio de mudanças em suas práticas cotidianas, os consumidores se percebem como cidadãos e se empoderam, forçando as empresas a produzirem de forma mais limpa. Este novo comportamento e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento global e suas consequências ruins ao clima do planeta.
Não há água na nascente mineira do Rio São Francisco, que fica localizada no Parque da Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas. A informação é dos funcionários do parque, que disseram ainda que os principais afluentes do rio também estão secos.
A situação alarmante é inédita, nunca antes havia sido relatado algo parecido. Além da falta de chuvas na região – e em outros diversos estados brasileiros, incêndios no parque podem ter contribuído para este desastre porque muita água teria sido utilizada para conter as queimadas. Só em julho deste ano, 40 mil hectares de vegetação nativa da Serra da Canastra pegaram fogo.
O “Velho Chico”, como é conhecido o maior rio do Nordeste, tem 2.800 quilômetros de extensão e atravessa os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, além do local onde nasce, Minas Gerais.
Apesar de ter outras nascentes, a estiagem prolongada provoca muita preocupação em relação aos reflexos que podem surgir no restante de sua bacia hidrográfica.
A falta de água pode afetar a produção de energia na região. O volume útil da Represa de Três Marias, a primeira barragem construída ao longo do rio e situada a 250 km da nascente, chegou a cair a 6% nesta semana.
O Comitê da Bacia do São Francisco promete realizar audiências públicas envolvendo governos, sociedade civil, comunidades ribeirinhas e empresas para discutir o problema e tentar encontrar alternativas para minimizar a situação. A principal solução, entretanto, ainda depende da natureza: chuva para a região.
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