A Rede de Jovens do Slow Food Brasil (SFYN) está arrecadando dinheiro por meio de financiamento coletivo (crowdfunding) para promover o Festival Disco Xepa, na Vila Madalena, em São Paulo, para conscientização do consumo responsável de alimentos.
O festival será realizado na Praça Beco do Aprendiz (Rua Belmiro Braga, Vila Madalena, São Paulo), de 14 a 17 de maio. A entrada é gratuita.
Nos dias 14, 15 e 16 de maio, das 19h às 21h, serão exibidos documentários e curta-metragens sobre temas como alimentação na escola, desperdício de alimentos e agricultura familiar, com debates após a apresentação.
No dia 17, a partir das 15 horas, chefs e cozinheiros irão aceitar o desafio de produzir receitas criativas a partir dos alimentos coletados nas feiras da região. Às 20 horas, será servido gratuitamente o Banquete de Rua, produzido com alimento descartado em feiras livres e supermercados. Neste dia de evento, que vai das 14h às 21h, haverá apresentação de DJs, bandas, artistas de rua e oficinas educativas sobre aproveitamento total de alimentos.
A meta de arrecadação é R$ 61 mil, para pagar todos os trabalhadores envolvidos no Festival Xepa e produzir material audiovisual sobre o evento. A colaboração é feita pelo site kickante.com.br/discoxepa, que receberá contribuições a partir de R$ 10, até o fim de abril.
O movimento de origem da Disco Xepa surgiu na Alemanha, chamado de Schnippeldisko ou Schnippel Disko. A primeira edição aconteceu em Berlim, em 20 de janeiro de 2012, quando mais de 1,2 tonelada de alimentos foram picados para fazer uma sopa que serviu 8 mil participantes do protesto Wir haben es satt! (“Estamos fartos da agroindústria – Boa comida e boa agricultura para todos!”, contra a produção em massa da agroindústria e a favor da agricultura familiar e orgânica). Já foram realizados pelo Slow Food Youth Network mais de 200 eventos em 15 países, em 75 cidades.
Um terço de toda a comida produzida no planeta vai para o lixo, segundo estudo da ONU, Organização das Nações Unidas). Durante a manipulação pós-colheita e na armazenagem são perdidos 54% dos alimentos desperdiçados em todo o mundo. Os demais 46% são perdidos nas etapas de processamento, distribuição e consumo. Segundo Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, se não houvesse desperdício, seria possível ter 1,3 bilhão de toneladas de alimentos distribuídos entre 842 milhões de pessoas famintas.