A ONG Cidades sem Fome está desenvolvendo um projeto de Hortas Urbanas Comunitárias na periferia da Zona Leste de São Paulo. Os cultivos são feitos em terrenos públicos e privados, cedidos por órgão públicos ou empresas, e administradas por moradores da região, que são capacitados pela organização. Essas plantações têm contribuído para gerar renda para as famílias que cuidam desses espaços, além de serem centros de venda de orgânicos para todas essas comunidades a preços acessíveis – muitas vezes, mais baratos do que nas feiras livres.
Recentemente, a ONG fechou uma parceria com a pizzaria Carlos Pizza , da Vila Madalena. A empresa já compra alguns produtos desse projeto há mais de um ano, mas há seis meses decidiu ir além e investir na construção de uma horta inteira na região de Sapopemba. O cultivo está sendo feito em um terreno de 3.300 m² da Transpetro. Nela, foram plantadas diversas espécies de verduras, legumes, como rúcula, manjericão, abobrinha, alecrim, alface, escarola, rabanete, salsa, cebolinha, e também banana. A ideia é que, a médio prazo, cerca de 50% dos insumos usados nas receitas da pizzaria venham das produções orgânicas desse projeto.
Um dos primeiros frutos dessa parceria é a Pizza da Horta que entrou recentemente no cardápio da pizzaria também como uma forma de homenagear o projeto. Como se trata de ingredientes orgânicos, a receita dessa pizza varia quinzenalmente, de acordo com os produtos disponíveis nas hortas.
O projeto também servirá de inspiração para que outros estabelecimentos da cidade invistam em suas próprias hortas urbanas comunitárias e, assim, desenvolvam junto à ONG uma logística de fornecimento de orgânicos para toda uma região. É um novo modelo de negócio, baseado na economia solidária, que propicia a criação de negócios sociais que contribuam para uma cidade mais democrática, mais verde e mais saudável.
A agricultura urbana – como o exemplo acima – vem demonstrando sua capacidade de fazer parte da solução de vários desafios globais, desde a perda de biodiversidade e a degradação dos solos até a segurança alimentar e a erradicação da fome e da pobreza. Produzir e consumir alimentos saudáveis e acessíveis, e diminuir ao máximo o desperdício são algumas das maneiras mais viáveis de combater a fome, de forma sustentável.
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