Com o objetivo de abordar conceitos de Economia Circular e mostrar como este pode ser um modelo capaz de impulsionar não apenas questões ligadas ao setor econômico, mas também gerar empregos e proteger o meio ambiente, é que nasceu o livro homônimo “Economia Circular”, organizado por Carlos Ohde, diretor de Inovação e Novos Negócios da Flex.
A obra, produzida pela empresa Flex e patrocinada pela HP, foi lançada no começo e outubro, na sede da Fiesp, em São Paulo, em evento que ofereceu um painel sobre o assunto com a participação de Helio Mattar, diretor presidente do Instituto Akatu; Dra. Teresa Cristina, coordenadora do LASSU-USP; Márcia Costa, vice-presidente de Gente & Gestão da C&A; Roberto Matsubayashi, diretor de Tecnologia da Associação Brasileira de Automação e diretor da GS1; Paloma Cavalcanti, head de sustentabilidade da HP LATAM; Maria Helena Calado, diretora do Inpev; Leonardo Ribeiro, especialista de meio ambiente da Arcelor Mittar, e José Augusto Rosso Santos, Sales manager da Nat Genius. A abertura ficou por conta dos anfitriões da Flex, Leandro Santos, VP de operações Brasil e Carlos Ohde, diretor de Inovação e membro da Fiesp. Kami Said, Head of LATAM Manufacturing & SC at HP, trouxe para conhecimento do público presente o case da HP no que se refere à evolução da empresa em ações que envolvem economia circular.
Em linhas gerais, o livro mostra como a Economia circular estimula a transformação em toda a cadeia, desde a maneira de consumir, do design dos produtos até como as pessoas se relacionam com as matérias-primas e os resíduos. A publicação aborda ainda os impactos da Política Nacional de Resíduos Sólido (PRNS) neste modelo.
Em formato coletânea, o livro apresenta histórias de empresas, organizações e entidades de diferentes setores da economia contando suas experiências a respeito do assunto. Um dos colaboradores é Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, que em seu artigo discute o papel dos consumidores como indutores da Economia Circular e como sociedade civil, empresas e governo precisam se comprometer para que esse modelo seja possível e aplicável. Pontos como extensão de vida útil dos produtos físicos, valorização de práticas de economia circular e empresas envolvidas nessa cadeia, esforços de uso compartilhado de bens, entre outros, são temas do capítulo batizado de “Envolvendo os Consumidores na Economia Circular”.
Para o organizador da publicação, Carlos Ohde, produzir e consumir de maneira diferente é a melhor resposta para os desafios de sustentabilidade que conhecemos. “Os conceitos de Economia Circular começam a tomar corpo no mundo inteiro e o Brasil é um ótimo exemplo. Redução de impacto no meio ambiente, redução no consumo de energia e criação de empregos são resultados diretos da aplicação dos conceitos”. Mas alerta, “nossa fonte de matéria prima é a sociedade, temos de estimular as pessoas a devolverem o lixo para a cadeia produtiva e, depois disso, criar produtos que o consumidor goste. Não adianta o mercado desenvolver um produto feio e sustentável, não vai ganhar escala”.
A obra traz ainda a história do Sinctronics, um dos pioneiros globais de Economia Circular para eletroeletrônicos, localizado em Sorocaba, interior de SP. Além de Helio Mattar, outros profissionais que são referência nacional em suas áreas de atuação mostram suas perspectivas de forma clara e independente, são eles: Profa. Dra, Teresa Cristina, coordenadora do LASSU, Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo; João Carlo Redondo, diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Fiesp e diretor da Abinee; Márcia Costa, vice-presidente de Gente & Gestão da C&A; Mariana Vieira, coordenadora de Sustentabilidade da C&A; e Roberto Matsubayashi, Diretor de Tecnologia da Associação Brasileira de Automação e diretor da GS1.
“Consumo é uma prática social, não individual. E ele só é possível se as empresas entregarem ao consumidor aquilo que ele gostaria de consumir. E só será sustentável se a sociedade se organizar , e a economia circular é um exemplo da organização na sociedade, onde isso poderá vir a acontecer, essa sustentabilidade. É preciso dar condições ao consumidor, pra que ele escolha produtos, use produtos, para que recicle matéria prima de produtos e para que ele valorize as empresas que trabalham com economia circular. Para que todo esse ciclo aconteça, é fundamental que haja educação do consumidor, desde educação na escola, para crianças e jovens, educação em empresas, com formação de multiplicadores de consumo consciente e sustentabilidade, campanhas em redes sociais, em ferramentas de mudança de comportamento. É um papel que envolve os governos, as empresas , as pessoas e as famílias. Sem isso, não vamos ter uma economia circular rapidamente”, comenta Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.
Durante o evento de lançamento, Carlos Ohde anunciou que a verba arrecadada com a venda dos livros será doada para o Instituto Akatu. Mais informações e aquisição da obra no site www.livroec.com.br.