O WTorre Morumbi foi ponto de encontro de alguns dos maiores especialistas em circularidade do plástico do Brasil. Em parceria com a GlobeScan, a Unilever Brasil organizou uma mesa redonda no último dia 30 de novembro com a participação de mais de 40 stakeholders para repensar soluções coletivas para a gestão do plástico e, assim, avançarmos na cadeia de valor deste material.Vem descobrir quais os maiores desafios e como podemos superá-los.
Com representantes da Braskem, Wise, Instituto Senai de Inovação, Abiplast, ABIHPEC, Pacto Global da ONU, CEBDS, e do Governo, além da Unilever e GlobeScan, entre outras, o encontro trouxe o diálogo sobre os principais desafios socioeconômicos, ambientais e tecnológicos atuais. O consumidor foi colocado no centro do debate, mas sempre reforçando que ele é parte da solução, identificando-se que o problema está no sistema como um todo.
Quando pensamos nos nossos produtos preferidos, por exemplo, nem sempre pensamos no impacto e menos ainda na embalagem. Isso acontece porque, durante muito tempo, fomos incentivados a apenas “amá-los”, sem prestar atenção em todo o resto. A propaganda pensada também sob a ótica da sustentabilidade é recente e pouco se aborda o que podemos e/ou devemos fazer com as embalagens no pós-consumo.
Essa conscientização é urgente e deve ser feita de maneira que não culpe nem desmoralize os consumidores. Segundo pesquisa GlobeScan e Akatu, 84% dos respondentes querem fazer escolhas certas para uma vida mais sustentável, mas falta informação. Comunicação é fundamental para desenvolver consciência sobre o problema do plástico. E essa comunicação precisa ser plural e eficiente para que todas as camadas da sociedade possam entender o problema do plástico e sua diferenciação em cada estágio.
O público geral desconhece o impacto das nossas escolhas, pois muita gente nem se coloca ou se entende como parte do ecossistema. É preciso começar por aí. Falar em ‘salvar o meio ambiente’ é colocar o meio ambiente na terceira pessoa. Não devemos nos desassociar dele, pois todes nós fazemos parte dele. Resolver o problema da desconexão entre pessoa e natureza passa também por exercícios de relacionamento, com um olhar ético e social de ‘cuidar de si, cuidar do outro, cuidar do todo’ e demonstrando que, quando consumimos, escolhemos o mundo que queremos viver.
Mostrar ao consumidor como suas escolhas afetam o próprio bolso também faz com que ele se insira mais no contexto, aumentando as chances de engajamento. Além disso, é essencial explicar o processo de descarte correto do lixo.
Uma das soluções eleitas no encontro é usar a embalagem como instrução para o público final, numa comunicação recorrente e consistente, sobre seu papel no ciclo da reciclagem. É preciso ainda diminuir a distância entre a população geral e os catadores para que eles deixem de ser vistos como as pessoas que reviram o lixo e tenham reconhecida toda a relevância de seu trabalho.
Em outra ponta, empresas e indústrias engajadas em promover a economia circular devem se aliar para levarem às prateleiras produtos e embalagens melhores, enquanto o governo contribui com políticas públicas e regulamentação.
Trabalhar soluções coletivas de forma sistêmica e colaborativa, agregando conhecimento de grupos diversos e com ações e responsabilidades compartilhadas é extremamente necessário para avançarmos no cenário complexo em que vivemos. Foi um pouco disso que tentamos estimular através desse encontro.
O encontro ainda buscou promover uma criação continuada entre as várias redes que atuam nesse contexto. Como Unilever, entendemos que temos muito que contribuir para cocriar essa transição justa e para tornar a sustentabilidade parte do dia a dia de todos.