loader image
24.11.14 às 14:42

1º Encontro com Líderes do Akatu debate caminhos para a sociedade sustentável

Evento reuniu executivos de empresas e membros do conselho do Instituto Akatu no Hotel Emiliano, em São Paulo
compartilhe
FacebookTwitterLinkedInWhatsAppEmailCopy Link

Foto: líderes de empresas se reuniram com o Instituto Akatu no Hotel Emiliano, em São Paulo/ Crédito: Arthur Rössle

 

Com objetivo de promover um debate para tornar mais eficaz a atuação das empresas em busca de uma sociedade sustentável e apresentar o Planejamento Akatu 2022, foi realizado no dia 18 de novembro o evento Akatu 2022: 1º Encontro com Líderes, no Hotel Emiliano, em São Paulo.

“Não há dúvidas de que precisamos juntar nossos esforços para uma reflexão coletiva e partir para a ação, para que nossos filhos já possam desfrutar dessa melhoria”, convidou Marise Barroso, presidente da Masisa. Membros do Conselho Deliberativo do Instituto Akatu, Marise e José Berenguer Neto, presidente da J.P. Morgan, foram patronos do evento, que reuniu mais de 40 executivos de empresas e especialistas em sustentabilidade. “A causa do consumo consciente vai além de tratar dos assuntos mais óbvios como resíduos e água. Precisamos cuidar para não insuflar o consumo desenfreado”, disse Berenguer.

Após as boas-vindas dos patronos, foi apresentado um vídeo do CEO da Unilever, Paul Polman, com uma mensagem gravada especialmente para o evento. Ele falou da importância de desenvolver modelos que incluam de forma profunda as questões sociais e do meio ambiente em seus negócios. “Isso não serve apenas para dormir com a consciência tranquila, mas para obter crescimento”, disse. Esse novo modelo é capaz de energizar e motivar os funcionários, afirma Polman. “As pessoas ficam orgulhosas em trabalhar em uma empresa assim. Somos a terceira empresa mais procurada no LinkedIn, atrás apenas do Google e da Apple.”

O economista Ricardo Abramovay, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), membro do conselho acadêmico do Instituto Akatu, apresentou a palestra “Sustentabilidade – Ainda dá tempo?”

Abramovay afirmou que há consenso nos estudos acadêmicos de que a humanidade tem 15 anos para tomar providências para frear o impacto causado ao meio ambiente pela atividade humana. “Caso isso não aconteça, corremos o risco de atingir um ponto de virada em que os riscos tomarão uma magnitude impressionante”, disse o professor. Porém, ele afirma que, ao contrário do que deveria ser feito, o uso de combustíveis fósseis está crescendo atualmente. “O que me impressiona é que a humanidade sempre trata de fazer mais e não saiba fazer menos. Precisamos de menos gases de efeito estufa, menos fertilizantes hidrogenados, zerar o desmatamento.”

Para que esta mudança aconteça, Abramovay aponta alguns fatores como o avanço exponencial dos combustíveis renováveis, a cobrança de custos da destruição do setor privado, a organização de movimentos sociais com iniciativas disruptivas, o potencial de negócios da economia regenerativa e o impacto financeiro da bolha de carbono. “É um perigo que tenhamos uma atitude contemplativa e até conformista, pois a questão é urgente”, disse.

Após a apresentação de Abramovay, o tema foi debatido com Fábio Barbosa, presidente da Abril, Marcos Bicudo, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e José Vicente Marino, vice-presidente executivo da Natura.

Na visão de Bicudo, do CEBDS, o mercado é o melhor ambiente para realizar a transformação para um mundo mais sustentável. “O governo é um mero ator coadjuvante, que deve facilitar a transformação da iniciativa privada e a sociedade, e o consumidor é o pelotão mais lento”, disse.

Marino, da Natura, concorda com Bicudo de que a mudança na sociedade será mais demorada. Para que isso aconteça, ele acredita que são necessários gatilhos de mudanças de comportamento. “Precisamos fazer com que o consumidor enxergue vantagem na sustentabilidade, por meio da comunicação. As empresas devem provocar mudanças”, disse.

As crises podem ser oportunidades para mobilizar a população, observa Barbosa, da Abril. “Quando há dor, as pessoas tendem a se movimentar. A falta de água, por exemplo, é uma demonstração concreta da importância de cuidarmos do planeta.”

Barbosa acredita que o papel do consumidor é o fator de maior importância para que a sustentabilidade evolua de forma rápida. Para ele, a compra de produto é um sinal que o consumidor manda para a empresa. Otimista, ele vê que as novas gerações estão mais conscientes. “Já vejo uma mudança de critérios de como os produtos são escolhidos. O problema agora é o ritmo dessas transformações”, disse.

Ao apresentar o Planejamento Akatu 2022, Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu, disse que as ações do instituto são projetadas para atingir a população em escala e velocidade. “Sozinhas, as empresas não vão conseguir puxar o consumidor, que precisa estar sensibilizado”, disse.

compartilhe
FacebookTwitterLinkedInWhatsAppEmailCopy Link

Veja também