Comentário Akatu: A transição para uma sociedade mais sustentável envolve mudanças na maneira como bens e serviços são produzidos e consumidos hoje. De um lado, estarão consumidores mais conscientes e, de outro, empresas dispostas e preparadas para inovar no atendimento às suas demandas, oferecendo-lhes alternativas de produtos e serviços socialmente e ambientalmente mais responsáveis. Estudos como esse, que aponta a saturação do modelo de crescimento não sustentável prevalente na região da Ásia e do Pacífico, confirmam que é possível e urgente buscar alternativas para alcançar o bem-estar desejado com um uso muitíssimo inferior de recursos naturais. Mais do que uma tendência, essa mudança de paradigma rumo à economia verde parece ser a alternativa viável para combater os efeitos dos insustentáveis padrões produtivos e de consumo da sociedade atual.
A região da Ásia e Pacífico ultrapassou o resto do mundo no consumo de matérias-primas e continuará líder no setor, indica um relatório lançado no último dia 24 de abril pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma. Mas, de acordo com a agência, esse ritmo atual de utilização de recursos naturais pode se tornar insustentável.
O balanço do comércio na região mostra que o índice atual de exploração de recursos já não é suficiente para atender ao ritmo de crescimento econômico e às mudanças no estilo de vida da população, além de já trazer impactos negativos para o meio ambiente.
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Combustíveis Fósseis
Entre 1970 e 2008, o consumo de minerais para construção, como areia, barro e granito, aumentou 13,4 vezes na Ásia- Pacífico. No mesmo período, o consumo de metais foi 8,6 vezes maior; o de combustíveis fósseis, 5,4 vezes e o da biomassa cresceu 2,7 vezes.
O consumo doméstico de recursos aumentou de 6,2 bilhões de toneladas para 37,5 bilhões de toneladas nos últimos 40 anos. Em 2008, a China foi responsável por 60% desse consumo regional e a Índia, por 14%.
O Pnuma destaca que o volume atual de consumo de recursos já está tendo um impacto negativo no meio ambiente. Segundo o relatório, a intensidade de matérias-primas consumidas na região é igual a três vezes o total do consumo do resto do mundo.
Industrialização
Por conta da forte demanda doméstica, a China é tida como o principal importador de matéria-prima, em particular do petróleo. A Austrália é cada vez mais um país fornecedor de energia e a Indonésia é tida como grande exportador de matérias-primas, em particular de combustíveis fósseis. Toda a região está deixando de ter uma economia fundamentada em biomassas para ter como base os minérios.
O aumento da população é tido como o fator menos importante para o crescimento das extrações ambientais. O documento do Pnuma traz também dados do Japão, Malásia, Paquistão e outros países.
A agência recomenda o estabelecimento de uma base de dados global com informações de todas as nações sobre o uso de matérias-primas e vigilância dos governos asiáticos em relação às políticas para o setor.
Leia aqui a notícia original publicada pela Rádio ONU.