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07.06.09 às 0:00

Rumo a uma nova economia verde e amarela

“O mundo já não discute se haverá uma economia verde e sustentável, mas como ela ocorrerá e qual será o papel do Estado e a responsabilidade das empresas na sua construção”. Essa é a visão do presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Ricardo Young. Para ele, um novo modelo econômico, que faz […]
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“O mundo já não discute se haverá uma economia verde e sustentável, mas como ela ocorrerá e qual será o papel do Estado e a responsabilidade das empresas na sua construção”. Essa é a visão do presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Ricardo Young. Para ele, um novo modelo econômico, que faz parte da nova economia global, começa a ser construído.

Essa discussão permeou o debate prévio à Conferência Internacional Ethos 2009, que abordou o tema “A crise como oportunidade e a responsabilidade das empresas”. Participaram do evento Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social, e os economistas Ladislau Dowbor e Ignacy Sachs.

A Conferência Internacional Ethos 2009 será realizada em São Paulo, entre os dias 15 e 18 de junho. No dia 17, o Instituto Akatu vai realizar a oficina “A transformação do consumidor para uma nova economia global”, que traz o olhar a partir do consumidor sobre o tema principal da Conferência — “Rumo a uma Nova Economia Global: a transformação das pessoas, das empresas e da sociedade”.

Na oficina, o Akatu apresentará resultados de suas pesquisas sobre o perfil do consumidor e uma análise de suas principais tendências de comportamento. Com base na apresentação, convidará os participantes a discutir sobre as oportunidades e ameaças para os negócios das empresas e para as práticas empresariais de informação, comunicação e educação de consumidores e de funcionários.

Um sistema falido

No debate prévio, o economista Ladislau Dowbor afirmou que é necessário adotar novos paradigmas econômicos: “o sistema deixou de funcionar e está em crise. Mas, sobretudo, esse é um sistema inviável mesmo quando funciona”. Ignacy Sachs acredita que não se trata de uma crise, mas de várias: econômica, social, ambiental e desdobramentos delas. Ele sugere que sejam tomadas as seguintes estratégias rumo a uma nova economia: “continuar expandindo a rede de serviços sociais (educação, saúde, saneamento), ampliar a economia solidária, pensar a sociedade em forma de projeto social e criar uma agenda verde e amarela, colocando o ambiental e o social em um mesmo patamar”.

Sachs acredita que o Brasil tem tudo para instituir essa “economia verde e amarela” aproveitando seu “biopotencial”, que, segundo ele, está sendo subutilizado. Ele costuma defender a idéia de que o Brasil é o país com mais condições de liderar o que chama de “biocivilização” do futuro, em que a biomassa — ou seja, os vegetais — serão a origem do alimento, da energia e da matéria-prima para uma infinidade de produtos, desde material de construção a roupas e remédios.

Partindo do trinômio “biodiversidade, biomassa, biotecnologia”, avaliado como o grande potencial do Brasil, Sachs afirma: “se queremos realmente reconstruir a capacidade de pensar no longo prazo, temos que pensar num Projeto Brasil 2022”. Nesse sentido, sugere a questão: qual o biopontencial do Brasil que poderia ser incentivado nos próximos 10 a 15 anos?

O ministro Patrus Ananias concorda com essa proposta e afirma que a decisão sobre o papel do Estado precisa estar centrada em uma reflexão profunda, pois o que queremos irá expressar os valores que buscamos para a nossa vida. “Pode parecer utopia, e é. Mas, mais importante do que políticas públicas, o Estado precisa ser indutor de valores compartilhados pela sociedade. São esses valores, mais do que o PIB [Produto Interno Bruto], as exportações e o superávit primário, que devem ser induzidos pelos órgãos estatais em todos os níveis”, afirmou.

Ricardo Young concorda que é preciso caminhar na busca da mudança de conceitos de riqueza e liderança. Na visão do presidente do Ethos, os líderes de empresas precisam internalizar outros valores e focar os negócios nessa nova onda, fazendo um lobby positivo junto ao governo para que ocorram mudanças significativas. 

Veja mais informações no site da Conferência Internacional Ethos 2009.

Se você quiser seguir o Akatu no Twitter, clique aqui.

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